Pela primeira vez este ano as exportações aumentaram 14,3% e as importações subiram 12,8% em agosto face ao período homólogo, o que se traduziu num agravamento do défice da balança comercial para 1,316 mil milhões de euros. Os dados foram revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os maiores contributos para a aceleração das exportações tiveram origem nas categorias económicas de material de transporte e de combustíveis e lubrificantes. Mas excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 12,4% e as importações cresceram 14,7% (respetivamente 5,1% e 9,6% em julho). Já nas importações, o maior aumento correspondeu ao material de transporte: 30,6%.
Mas apesar desta evolução, o défice da balança comercial de bens situou-se em 1,316 mil milhões de euros em agosto, o que representou um acréscimo de 105 milhões de euros face a igual período do ano passado.
Segundo o INE, excluindo os combustíveis e lubrificantes, a balança comercial atingiu um saldo negativo de 1,054 mil milhões de euros, correspondente a um aumento de 201 milhões de euros em relação ao mesmo mês de 2016.
No trimestre terminado em agosto de 2017, as exportações e as importações de bens aumentaram respetivamente 8,% e 10,8% face ao período homólogo, acrescentou o instituto.
O que é certo é que agosto é um dos piores meses do ano para a contabilidade das exportações e também costuma ser dos mais baixos nas importações, uma vez que grande parte da indústria e dos serviços está encerrado esse mês para férias.
E agosto de 2017 não fugiu à regra. Portugal exportou bens e serviços no valor total de 3957 milhões de euros (o único mês abaixo da fasquia dos 4 mil milhões) e importou no valor de 5272 milhões. É preciso recuar até janeiro e fevereiro deste ano para encontrar valores ainda mais baixos.
Em agosto, tendo em conta os principais países de destino em 2016, “as exportações para Alemanha e Espanha apresentaram os maiores aumentos face ao mês homólogo do ano passado (correspondente a 21,1% e 8,3%, respetivamente)”.
Já nas importações, destacaram-se “os crescimentos das importações provenientes da Alemanha e Espanha (correspondente a 26,3% e 8%)“, acrescenta o INE. “Neste mês apenas as importações do Brasil diminuíram (correspondente a uma quebra de 60,8%)”, conclui.