Às primeiras horas desta quarta-feira, a terceira versão do polémico plano anti-migratório concebido pela administração Trump já tinha sido bloqueado pela justiça, pouco tempo depois de entrar em vigor. Dois juízes federais dos estados norte-americanos do Maryland e do Havai decidiram emitir uma ordem de suspensão temporária do decreto que, na sua nova roupagem, anunciada em setembro, restringia a entrada nos EUA de cidadãos oriundos do Chade, Coreia do Norte, Iémen, Irão, Líbia, Síria, Somália e Venezuela.
A inclusão da proibição de viagens a partir dos territórios de Nicolás Maduro e de Kim Jong-un não chegou para convencer os juízes, que continuam a argumentar que a essência da medida ainda visa a “total e completa proibição da entrada de muçulmanos nos EUA”.
“[O novo decreto] sofre precisamente dos mesmos males que os anteriores [e] não apresenta argumentos suficientes que demonstrem que a entrada de mais de 150 milhões de nacionais dos seis países específicos é ‘prejudicial para os interesses dos Estados Unidos’”, explicou o juiz federal Derrick Watson, do Havai.
Pela voz da assessora de imprensa Sarah Huckabee Sanders, a Casa Branca catalogou as decisões judiciais como “perigosamente defeituosas” e lamentou que os esforços da administração em garantir a segurança dos americanos estejam a ser “prejudicados”.
O bloqueio surge no meio de uma nova polémica que envolve Donald Trump, relacionada com os alegados comentários insensíveis do presidente norte-americano, dirigidos à esposa de um soldado morto. A revelação foi feita pela congressista democrata Frederica Wilson, que diz que Trump disse à viúva que o seu marido “sabia para o que ia” quando se juntou ao exército. O magnata recorreu ao Twitter para defender que o caso foi “totalmente fabricado” pela representante da Florida.