O tema estava fora da agenda do Conselho Europeu, que ontem começou e hoje termina em Bruxelas, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, acabou por o incluir nos temas a discutir pelos chefes de Estado e de governo dos Estados-membros, com Emmanuel Macron a garantir que a União Europeia vai enviar “uma mensagem de unidade”.
“Este Conselho Europeu será marcado por uma mensagem, uma mensagem de unidade em redor de todos os Estados-membros que enfrentam crises: unidade com Espanha”, afirmou o presidente francês, que tinha agendado um encontro bilateral com Mariano Rajoy à margem do Conselho Europeu.
A chanceler alemã acentuou a ideia de que a posição de Madrid tem o suporte de Bruxelas: “Apoiamos a posição do governo espanhol”, disse Merkel aos jornalistas. “Esperamos que se encontrem soluções com base na Constituição espanhola”, acrescentou a líder alemã.
“Ninguém na UE reconheceria a independência da Catalunha” caso esta viesse a ser declarada unilateralmente, afirmou Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu. “Seria bom que o governo da Catalunha não proclamasse a independência”, havia dito antes.
“O problema catalão é, acima de tudo, um problema espanhol, tem de ser resolvido em Espanha”, disse, por seu lado, o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, que, no entanto, acrescentou que a UE “não pode ignorar a situação” na Catalunha. “Qualquer outra solução que não seja o diálogo não será boa”, acrescentou o governante luxemburguês, para quem se pode encontrar uma “solução política” através do “diálogo” entre Madrid e Barcelona. “Se não se encontrar uma solução, temos um papel a desempenhar como UE. Mas ainda não, com risco de se abrir um precedente.”
O primeiro-ministro belga, que tem mantido uma posição crítica quanto à atuação do governo espanhol, voltou a pedir diálogo e moderação. “Apelo a uma redução da tensão, não acredito que se encontre uma solução que seja no interesse de todos com o extremar de posições”, afirmou Charles Michel, que no dia a seguir ao referendo na Catalunha escreveu um tweet a condenar o uso da violência por parte de Madrid e ontem reafirmou essa posição: “Continuo a condenar todas as formas de violência e apelo ao diálogo.”