Teodoro Nguema Obiang Mangue, filho do presidente da Guiné Equatorial, deverá conhecer esta sexta-feira a decisão da justiça francesa referente às denúncias de corrupção, desvio de dinheiros públicos, abuso de confiança, branqueamento e abuso de bens sociais, de que é alvo, na sequência do julgamento do passado mês de julho, ao qual o próprio faltou.
Teodorin, como é conhecido, foi acusado pelo Ministério Público francês de ter adquirido património avaliado em mais de 100 milhões de euros – incluindo um imóvel de 2800 metros quadrados na Avenida Foch, em Paris, 18 carros de luxo, obras de arte e joias – à custa do desvio de verbas pertencentes aos cofres do Estado da Guiné Equatorial, um país onde milhares vivem abaixo do limiar da pobreza. Segundo a acusação, as despesas em França eram feitas através da companhia de exploração florestal, Somagui, numa altura em que o político era ministro da Agricultura.
A defesa de Teodorin Obiang, de 48 anos, argumenta que o atual vice-presidente tem imunidade diplomática e entende o julgamento em território francês como um “ingerência nos assuntos de um Estado soberano”. Citado pela Lusa, o próprio fala mesmo numa “montagem contra o governo legal da Guiné Equatorial”. Em relação às acusações ao filho do mais longevo líder africano, os seus advogados garantem que se tratam de “ofensas, calúnias, insultos e injúrias”.
A Procuradoria Nacional Financeira de França pede três anos de prisão para Teodorin, o pagamento de 30 milhões de euros e a confiscação de todos os bens entretando arrestados. A moldura penal francesa admite, no entanto, que os crimes que aquele possa ter cometido podem resultar em dez anos de cárcere e 50 milhõs de euros de multa.