Teodoro Nguema Obiang Mangue, filho do Presidente da Guiné Equatorial e vice-presidente do daquele país pertencente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, foi esta sexta-feira condenado pela justiça francesa a três anos de prisão com pena suspensa. Para além disso, viu ainda serem confiscados todos os bens adquiridos em solo francês e aplicada uma multa suspensa no valor de 30 milhões de euros.
Teodorin, como é conhecido, era acusado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção, desvio de dinheiros públicos, abuso de confiança, branqueamento e abuso de bens sociais. De acordo com a decisão da justiça francesa, o ex-ministro da Agricultura fez-se valer da empresa de exploração florestal estatal para desviar verbas que lhe permitiram construir, em França, um património avaliado em mais de 100 milhões de euros. «A Somagui Forestal é uma concha vazia usada unicamente para canalizar dinheiros públicos», descrevia a acusação.
Entre os bens, entretanto arrestados e ontem confiscados, destacam-se um imóvel de 2800 metros quadrados na Avenida Foch, em Paris, 18 carros de luxo, diversas joias e obras de arte.
Citado pela Lusa, um dos advogados do filho do mais antigo líder político africano não se mostrou surpreendido com a sentença judicial, que rotula como «militante». «É uma decisão militante sem nenhuma surpresa para nós. Vamos estudar em detalhe e averiguar todos os recursos possíveis», afirmou Emmanuel Marsigny.
Recorde-se que Teodorin recusou comparecer no seu próprio julgamento, realizado em França no passado mês de julho, por considerar que a ação judicial é uma «ingerência nos assuntos de um Estado soberano» e uma «montagem contra o Governo legal da Guiné Equatorial».
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— Transparency Int'l (@anticorruption) October 27, 2017