Filho do proprietário de uma loja de discos, DJ Vibe atravessou décadas e gerações. Esteve na alvorada da noite portuguesa como a conhecemos, acompanhou a conquista das pistas de dança pela música house, participou e contribuiu para a explosão da cena rave, na década de 90, a que os ingleses chamaram de «A Paradise Called Portugal», fez parte de uma banda – os LX-90, com membros dos Heróis do Mar –, produziu com Rui da Silva o clássico global ‘So Get Up’ dos Underground Sound of Lisbon, e, apesar da timidez confessa, foi o primeiro DJ superestrela em Portugal quando essa figura ainda estava reservada ao breu de uma cabine.
Há dez anos, foi eleito o 40.º melhor DJ do mundo mas foi nesse período que o vimos sob outras luzes. Como marido de Merche Romero e responsável da discoteca Indústria. Razões do coração que o levaram a mudar-se para o Porto, a deixar a produção e a estar menos visível no ofício que é o prazer dos outros.
No próximo sábado no cenário industrial do Armazém 16 (Beato), DJ Vibe passeia pela memória numa festa retrospetiva de carreira em que, durante oito horas, recordará a música que, até aos dias de hoje, eternizou madrugadas até à manhã seguinte, despertou paixões e alimentou fantasias.
Qual foi o primeiro disco que mexeu consigo?
Foi um disco dos Creedence Clearwater Revival. A canção que mexeu comigo foi o ‘Blue River”. Houve qualquer coisa nas frequências da música que me fez querer mais sensações como aquela. Nem pensava ser DJ, nunca foi uma coisa planificada. O meu pai tinha uma loja de discos no Rossio mas não havia aparelhagem em casa. Não se ouvia música em casa. Se quisesse ouvir, tinha que ir à loja.
Tinha quantos anos?
Dez. Depois a loja abriu por baixo do Cinema Éden, nos Restauradores. Nessa altura, já ia para lá quase todos os dias. Deixei os estudos cedo.
O que é que ouvia?
Punk, rock, música clássica, fado, experimental…um pouco de tudo, até porque chegavam clientes que queriam ouvir os discos. E eu ouvia também. Apanhei o boom do rock português: Táxi, Rui Veloso, Ja’Fumega, Xutos & Pontapés… bandas que estavam a aparecer e eu devorava porque já começava a dar algumas festas no Liceu onde andava. Até que alguém se lembrou de me convidar para ir pôr música a uma outra festa em casa e aquilo passou a ser domingo sim, domingo não. Às quartas-feiras à tarde, fazia festas em minha casa para dez pessoas porque a sala não dava mais. Tínhamos um grupo e convidávamos as miúdas mais giras da escola para essas matinés. Começou tudo assim mas sem o intuito de ser DJ.
E a noite quando chega?
O meu pai tinha um funcionário e, um dia, o João Menezes (antigo do dono do BBC e um dos proprietários do Station), que era Disc Jockey e assistente da Rádio Comercial, chega à loja para comprar discos e pergunta na loja se há um DJ. Eu ouvi aquilo e não disse nada. O João Valério [funcionário] ainda ponderou mas não podia porque tinha de abrir a loja todos os dias de manhã e indicou-me. Eu ainda ia fazer 16 anos e com este ar de quem parece mais novo do que é. Era um puto! Mal podia entrar nas discotecas. Aceito o teste e falo com o meu pai que parecia que já estava a adivinhar. Fui, entrei às 21h30 quando a música ainda era ambiente, fiz a noite toda e só saí quando aquilo fechou às 4. Fiquei, daí estar a comemorar 35 anos. Era o Bataclan, onde trabalhei alguns meses. Paralelamente, havia umas matinés na Avenida de Roma numa discoteca que era o Beat Club, onde também costumava ir à noite. Entretanto, fui para o Skylab que já era uma casa imponente. Havia duas na altura: era essa e uma outra no Centro Comercial Imaviz. Eram as discotecas mais comerciais. Nos anos 70 e 80, a noite dividia-se em três circuitos: o gay no Príncipe Real com o Trumps e o Finalmente – que ainda existem – a das ‘cabeleireiras’ que era o Skylab e a do Imaviz, para o ‘povo’; e depois havia os alternativos do Bairro Alto. Punks, neo-românticos, góticos…havia o Jukebox onde paravam alguns dos clientes do meu pai. Uma vez fui lá tocar e aquilo era uma coisa reconhecida. A noite dividia-se até aparecer o Plateau. Aí começa uma mistura de gente. O Plateau era do Raul, um fotógrafo de moda, e do Paco, um espanhol que não conhecia cá ninguém. Aquilo começa a funcionar com os modelos fotografados pelo Raul. A Ana Marta, a Sofia Aparício muito, muito no início…eram as pessoas da noite que faziam a diferença. Juntam-se ali pessoas da moda e da televisão.
Já havia o Frágil?
Já, onde só começo a ir a partir de 1985 porque não parava no Bairro_Alto.
Portanto, conhece a noite a trabalhar.
Sim, nunca saí à noite (ri-se). Não sei estar na noite. É raro estar à vontade, pelo menos em Portugal, mas sempre foi assim. Se vou ver um DJ que gosto, ou tenho curiosidade, chego a uma altura em que não sei para onde ir. Não vou dançar para o meio da pista e as pessoas também gostam de vir falar comigo porque normalmente não estou exposto daquela forma e querem trocar uma palavra comigo. Critico aquelas pessoas que saem e ficam junto ao bar mas também eu sou assim. Quando saio, não vou dançar. Fico a beber um copo. Por isso, nunca saí à noite. Sempre trabalhei. E naquela altura, não havia folgas. Só à segunda. Eram terças, quartas, quintas…E sempre gostei mais de estar na cabine. Saía à noite quando me deixavam entrar. O sítio que gostava mais de ir era o_Trumps por causa da música.
Teve tempo para ser adolescente?
Não tive a adolescência normal que os rapazes e as raparigas têm. Ia fazer 16 anos quando recebi o primeiro ordenado.
A noite como a conhecemos começa nessa fase?
Costumo dizer isso. Para mim, há várias fases. A primeira é no Plateau, por influência do Paco. O Plateau abre a 5 de dezembro de 1985 e eu começo a 8, depois de ter feito um teste a 7. Quando chego lá, deparo-me com aquele minimalismo de brancos, pretos e cinzentos, máquinas enormes de projeção de filmes e pessoas vestidas de militares – quando comecei a tocar, vestia-me de marinheiro. Havia uma postura diferente. Atravessou-se uma fase em que apareciam umas quinze pessoas como o Rui Pregal da Cunha, o José Carlos e umas modelos mas não havia mais. Até que a Arminda [Faria] vai ao telejornal e aquilo em dois dias deixou de ter diferenças entre semana e fim de semana – a única diferenças era nas escadas que, ao fim de semana, ficavam cheias. O horário começa a ser esticado e isso foi uma novidade para Lisboa. Estive lá um ano, em que se fizeram vários temas. Lembro-me de haver uma betoneira lá dentro. Fazia umas aberturas que já eram um must da noite. Estava tudo a conversar junto ao bar, com música ambiente e de repente caía uma bomba. «Puuuuuummmmm». Havia pessoas que se assustavam. Os copos partiam-se. Foi uma época muito gira. A segunda mudança que sinto é quando abre o Alcântara Mar, que é uma continuação do Plateau, mas três vezes maior, com o Raul e o Pedro Luz. Acompanhei as obras, o processo atrasou e o Alcântara só abre em fevereiro. Em janeiro, tinha ido para a tropa fazer o serviço militar obrigatório. Foi surreal mas acabou por fazer sentido. Só para explicar: o meu nome não constava dos editais e os meus amigos todos a ser chamados. Fui à DRM, vem um funcionário e diz-me: «você para nós não existe». Não havia registos meus. Tive de tirar a certidão e tratar do processo todo para ir à tropa que era uma coisa que não queria (ri-se). Já trabalhava, estava tudo a correr bem e não era aquilo que queria. Fui colocado na Carregueira que era o único sítio para onde podia ir. E porquê? Porque havia um tenente nesse quartel que era cliente do Plateau. Um amigo meu de infância, barman do Plateau, também estava a cumprir o serviço nesse quartel. Quando chego ao quartel, já tinha um oficial à minha espera. Tinha a questão controlada. Na recruta, há uma semana de campo em que se passam três dias no meio do mato. Mal acaba, já tinha um jipe para me ir buscar porque tinha de ir a Londres comprar música para a inauguração do Alcântara Mar. E os meus colegas não sabiam de nada! Fiz 18 meses de tropa e de Alcântara Mar. Cheguei a ligar para o quartel a dizer que não podia ir (ri-se). Ia quase sempre de direta. Quando acabei a tropa, o meu sonho era ir para Ibiza trabalhar. Tinha alguns contactos mas fui em abril, quando ainda não estava lá ninguém. Em três semanas, o dinheiro já se tinha gasto. Voltei com o Alcântara a passar uma fase menos boa, apertado com horários e ameaças de bomba. Fizeram-me uma proposta do Kremlin. Comecei lá em 89.
Já tinha consciência que a noite era a fantasia?
Era visível. Mais do que agora. Agora, se eu for sair, não noto diferença na forma como as pessoas estão vestidas de dia e de noite. Antigamente não era assim. As pessoas vestiam-se a rigor, jantavam e iam para a discoteca. E quem não viesse bem vestido era barrado. Tocavam à campainha e o porteiro tirava as medidas de alto a baixo. Isso perdeu-se. E é curioso que quando se faz uma festa dessa forma, é outra coisa. A fantasia perdeu-se um bocado. Ninguém a estimula. Só o Manuel Reis [dono do Lux] é que ainda tenta. Para mim, a noite é tudo aquilo que não se é durante a semana. Ou aquilo que se é com aquilo que se quer ser. Isso passa pelo visual, pela música, pelas decorações…
A extravagância.
Exato.
Quanto é que se ganhava?
Muito. O primeiro ordenado foi de 25 contos. Quando recebi o primeiro ordenado, comprei uma tenda. Saí de casa e fui viver para um parque de campismo. Era maio/junho e fui para o Parque de Campismo de Monsanto._Eu e a minha namorada. Com o segundo ordenado, comprei uma tenda maior. E passei assim o verão. Com o terceiro ordenado comprei uma mota para ir para o trabalho. Quando vieram as chuvas, desmontámos a tenda e voltei para casa dos meus pais. Naquela altura, por lei, era-se pago pelas horas de trabalho noturno e o subsídio de alimentação. Ganhava-se mais só por se trabalhar na noite. E os DJ não eram diferenciados do porteiro ou do barman. Era um funcionário. Isto no Bataclan, porque no Plateau já se ganhava muito bem.
Quando é que aparece a «música de dança»?
Quando desponta. Para mim, a «música de dança» sempre esteve presente. Nas discotecas ouvia-se pop mas eu já tentava introduzir algum funk. Depois houve a fase do italo disco mas o que se ouvia era mais comercial. Já tocava o ‘Blue Monday’ dos New Order. Era um must da noite. No Plateau já se vai ouvir a onda futurista dos Cure. O house aparece no Alcântara-Mar. Quando vou a Londres em 1988, o acid house estava a rebentar. Só se viam smiles amarelos. Nunca tinha ouvido nada daquilo mas passar aquela música aqui era de doidos. Diziam que era o gajo dos martelos, da música «às bolinhas». Tocava aquilo na última hora do Alcântara. Sempre toquei para as pessoas porque para mim a pista tem de ter movimento, mas também gostava de abanar. Por isso, é que no meio de uma noite passava um ‘My Baby Just Cares For Me’ da Nina Simone e a pista parava toda. «Eeeehhhhhhhhhh». Trazia muita música e isso fazia a diferença. Sempre acompanhei as tendências mas nunca fui refém. E sempre gostei de tudo um pouco. Não sou um_DJ de techno, house, deep house ou hip hop. Posso tocar um pouco de tudo. Tem tudo a ver com a educação de trás. Ouvia Tangerine Dream, Lene Lovich, Talking Heads, Peter Frampton, Supertramp, Kool & The Gang, Chic, Shalamar…
Há algum momento em que decide ser DJ?
Nunca, foi acontecendo. Houve uma altura em que me lembro de estar a ouvir um disco e pensar «eu também sou capaz de fazer isto». Foi quando me virei para a produção. Então, os Rochas compraram-me um teclado e eu tocava umas notas ao vivo. Passei um ano muito giro no LX-90, em que ensaiávamos todos os dias, e dávamos concertos e depois de sair, nascem os Underground Sound of Lisboa [dupla formada por DJ Vibe e Rui da Silva que há de ficar conhecida pelo êxito à escala planetária ‘So Get Up’].
O que é que muda?
Muda lá fora. Ninguém me conhecia. Quando o disco estoira em Nova Iorque, começo a ir aos EUA com frequência.
E Portugal passa a ser visto como o paraíso aos olhos de quem está de fora.
Como agora. Vinham cá os ingleses e ficavam malucos. Lá, as festas eram todas secretas. Aqui, a polícia e as câmaras ajudavam-nos. E ainda podiam beber álcool na autoestrada às 10 da noite. O [termo] «a paradise called Portugal» vem daí. Até aí, os DJ tocavam nas casas como residentes. Não havia esse hábito de sair. Quem teve essa visão foi o António [Cunha, timoneiro da Kaos, a casa-mãe da música eletrónica produzida em Portugal na época e editora de ‘So Get Up’] quando fez a primeira festa em que convidou DJ’s de Lisboa. Eu achei que ia sair um flop. Mal começamos a chegar, não se conseguia andar na estrada. Foi uma festa tal que deu notícia no telejornal por causa do ecstasy. Depois foi o Convento de S, Francisco, em Coimbra, em que veio gente de todo o país. Havia pessoas a benzer-se (gargalhada). A imprensa estrangeira vem e começam a perguntar se isto é a nova Ibiza. Para quem nunca tinha vindo cá, foi muito bom.
E há um dia em que o DJ abre uma discoteca,.
Sim, mudei-me para o Porto, abri uma discoteca, juntei-me com a Merche, idealizei um projeto e ao fim de seis meses estava a dizer: «onde é que me vim meter».
O Indústria foi demasiado ambicioso?
Não, era como deve ser. As pessoas é que estão mal habituadas. É tudo uma ruazinha. A um determinado nível, não se pode funcionar assim. Fui contra o sistema instalado na noite do Porto por implementar formas diferentes de estar. Levei pessoas de Lisboa, herdei uma casa com 23 anos de história e reconstruí tudo de novo. Havia quem não estivesse à espera. Sinto o carinho das pessoas mas percebi que não era possível continuar daquela forma. Separei-me, voltei para Lisboa, continuo a estar ligado mas não interfiro. O Indústria está com o meu sócio. Durante esse período, fiz zero em estúdio.
Esse período abalou-o?
Sim, hoje em dia pode ser contraditório, mas não gosto da exposição. Toda a gente quer aparecer. Eu não, nem sequer gosto de muita luz na cabine. Quero é que as pessoas estejam a dançar. A fase com a Merche expôs-me, tinha consciência disso, tentei ter isso minimamente controlado e, a dada altura, as pessoas perceberam que era uma pessoa mais reservada. Os jornalistas ligavam-me e eu pedia desculpa mas não respondia. Abalou-me mais a discoteca não ter resultado como eu queria e os altos e baixos da relação. Foi uma fase pessoal complicada que mexeu comigo. Ainda por cima com um filho pequeno. Tinha deixado tudo para trás e a música é o meu oxigénio. À velocidade a que as coisas andam, muita coisa mudou numa década. Tive que apanhar outra vez o barco nos últimos dois anos. Estive a tentar perceber o que é que devia fazer por mim próprio. Tinha que agir e isso passou por desaparecer. Só quero fazer aquilo em que acredito. Portugal tem meia dúzia de salas interessantes. Não tenho nada contra as pessoas mas nem sempre há condições para fazer um bom trabalho porque nem sempre há equipamento à altura. Depois chamam-me vedeta e insultam-me mas as pessoas que lá vão esperam o melhor de ti, mesmo quando não há ovos para as omeletes. Isso mexe muito comigo e eu não tenho capas. Continuei a tocar mas não todos os fins de semana.
Durante esse tempo, alguns DJ mudaram bastante o registo.
Sim, mas eu não. Para mim, o principal é a música. Uma coisa é assumir que se é um_DJ de EDM ou comercial e fica-se logo rotulado. Eu não tive de assumir, o que não quer dizer que não tenha tocado uma ou outra coisa de vez em quando. Gosto de tocar várias coisas e de levar as pessoas numa viagem de sons, batidas, frequências…trabalho com os elementos. E hoje mais ainda que antigamente.
Em que é que o Tó Pereira é diferente do DJ Vibe?
Foi sempre um dilema que tive nas sociedades. Com os meus sócios, quem esteve sempre presente foi o Tó Pereira. António Pereira no bilhete de identidade. Há coisas que não se podem misturar mas é a mesma pessoa. Tento separar as coisas. O Tó Pereira é uma pessoa normalíssima.
Tímida?
Sim. O DJ Vibe também mas é conhecido do público e o Tó Pereira é uma pessoa que muito pouca gente conhece.
É uma defesa?
Sim, aprendi isso ao longo da vida. Houve sempre muitas vozes, muitos pedidos, muita coisa à volta e tive necessidade de me proteger.
Dos excessos?
Também. Aconteceu várias vezes mas é muito difícil as coisas «baterem-me». Uma anestesia não me faz nada. Tenho de levar cinco ou seis para deixar de sentir.
As drogas fazem parte da fantasia da noite?
Fazem, sempre fizeram e vão continuar a fazer. No dia em que deixarem de fazer, não sei se a noite vai ser a mesma. Está tudo ligado, tal como o LSD no tempo do psicadelismo. Quando o ecstasy chega a Portugal nos anos 90, muita pouca gente sabia o que era. Aquela droga estava desenhada para despertar euforia. Passado um ano, a «música das bolinhas» e da «martelada» era dançada por toda a gente. Agora, se é bom ou não? Para quem está a tocar, ter as pessoas eufóricas é o melhor que pode haver.
Como é que vai ser a festa e o que é que ela vai provocar nos próximos tempos?
O estar aqui a dar esta entrevista é o resultado disso. A festa não foi ser pensada dessa forma porque eu não gosto muito de me expor mas é inevitável. A ideia da festa nasceu há 25 anos quando fiz a festa dos meus 25 anos no_Kremlin. No ano passado, comecei a pensar nesta festa. Entretanto, percebi que o meu atual manager era a pessoa certa para a montar e foi quando me apercebi que também eram 35 anos a passar música. Por isso, chegamos a 4 de novembro com oito horas de música. Sou a única pessoa a tocar. Vai ser feito um filme documental sobre a minha carreira que será apresentado às 23h30. A pista abre às 00h00 comigo a tocar música desde os anos 80 até hoje. Estou tão absorvido que nem me lembro que tenho outras noites pelo meio. Para mim, também está a ser uma viagem no tempo.