É uma das conclusões do Inquérito Serológico Nacional, que será apresentado esta tarde em Lisboa. Esta análise, com base numa amostra de 4866 indivíduos com idade igual ou superior a 2 anos, estima que a percentagem de indivíduos que têm alguma proteção imunitária contra o sarampo (por terem feito a vacina ou terem sido expostos ao vírus no passado) baixou para 94,2%. Nesta doença, considera-se que só a partir dos 95% é que está garantida a imunidade de grupo, que diminui o risco de um surto alastrar na comunidade. Sem essa proteção, o contágio torna-se mais fácil.
Ainda assim, o valor permanece muito próximo dos 95% e o ministro da Saúde já declarou esta manhã não haver razão para alarme. As autoridades reforçam sobretudo a importância de assegurar a vacinação.
No surto de sarampo que teve lugar em abril, e vitimou uma adolescente de 17 anos, uma das ideias defendidas pela DGS foi que, uma vez que Portugal tinha uma boa imunidade de grupo, o risco de um surto assumir grandes proporções como tem acontecido noutros países europeus era menor.
Os dados do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças são muito claros. Os países com menor cobertura vacinal, mas sobretudo aqueles que se encontram abaixo do patamar de 84% como é o caso de Itália ou França, são os que têm apresentado mais casos de sarampo.
De acordo com a última análise europeia, entre janeiro de 2016 e junho de 2017 os países europeus reportaram 14 mil casos de sarampo e 34 mortes atribuídas à doença. O maior número de casos foi reportado pela Itália (4044), Roménia (3906) e Alemanha (953).