Eurostat. PIB melhora mas inflação continua longe do objetivo do BCE

Tanto a zona euro como o conjunto dos 28 Estados-membros da UE tiveram um crescimento económico de 2,5% no terceiro trimestre 

A economia da zona euro está a crescer e o desemprego está a baixar. Mas a inflação continua sem subir, o que tem justificado o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE).

De acordo com a estimativa rápida do Eurostat, revelada ontem, o Produto Interno Bruto (PIB) dos países que partilham a moeda única aumentou 0,6% no terceiro trimestre. O valor, igual ao do conjunto dos 28 Estados-membros da União Europeia (UE), compara com o crescimento de 0,7% registado entre abril e junho. Em relação ao terceiro trimestre de 2016, em que a economia da zona euro cresceu 2,3% e a da UE 2,4%. o PIB – ajustados de sazonalidade –, tanto na UE como na zona euro subiu 2,5%.

O gabinete de estatísticas da União Europeia (UE) revelou também que a taxa de desemprego na zona euro baixou para os 8,9% em setembro, o valor mais baixo desde janeiro de 2009, e a da UE desceu para os 7,5%. 

De acordo com os dados, na zona euro a taxa de desemprego recuou quer na comparação homóloga (9,9% em setembro de 2016), quer em cadeia (9% em agosto), para se fixar no valor mais baixo desde janeiro de 2008.

Na UE a taxa de desemprego recuou na comparação homóloga (8,4% em setembro de 2016) e manteve-se estável face à de agosto. República Checa (2,7%) e Malta (4,1%) tiveram as taxas mais baixas, enquanto as mais altas se registaram a Grécia (21% em julho) e em Espanha (16,7%).

Queda do desemprego

Em Portugal, a taxa de desemprego recuou em setembro para os 8,6%, quer na variação homóloga (10,9%), quer em cadeia (8,8%). Já na segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) tinha apontado para o mês de setembro uma queda na taxa de desemprego para os 8,6%. Tendo em conta as contas do INE para setembro, a estimativa é que existam no país 442 mil desempregados e de 4716,7 mil pessoas com emprego.

Apesar da melhoria económica do terceiro trimestre, a inflação continua longe da meta de 2% almejada pelo BCE. Também de acordo com a estimativa rápida do Eurostat, a taxa de inflação anual foi de 1,4% em outubro na zona euro, abaixo dos 1,5% de setembro,

O gabinete estatístico comunitário prevê que a subida do preço da energia é o que mais pese na taxa de inflação (3% em outubro, face aos 3,9% de setembro), seguindo-se os setores da alimentação, álcool e tabaco (2,4% de inflação, face a 1,9% em setembro), dos serviços (1,2% previstos, 1,5% de setembro). 

Os dados revelados ontem parecem assim justificar a decisão de quinta-feira passada do BCE de em vez dos 60 mil milhões de euros mensais passar a comprar obrigações dos governos da zona euro numa base mensal de 30 mil milhões até setembro de 2018, altura em o programa termina.

Mario Draghi, presidente do BCE, explicou a decisão pelo facto de a inflação não estar a reagir como esperado, pelo que continuam a ser necessários estímulos monetários amplos.