Dois anos volvidos da última visita ao território iraniano, o presidente da Federação Russa regressou na passada quarta-feira a Teerão e com a agenda carregada. Vladimir Putin encontrou-se primeiramente com o presidente Hassan Rouhani e com o supremo líder, o aiatola Ali Khamenei, com quem debateu os próximos passos no apoio ao regime de Bashar al-Assad, numa altura em que as várias peças do xadrez sírio se alinham para preencher o vazio deixado pelas derrotas territoriais sucessivas do grupo terrorista Estado Islâmico.
“A boa cooperação entre Teerão e Moscovo na Síria demonstra que os dois países podem alcançar os seus objetivos num terreno difícil. Estamos a trabalhar de forma muito produtiva”, afirmou o líder russo, citado pela AFP.
A cimeira Rússia-Irão também serviu para os dois aliados definirem uma estratégia concertada em relação aos EUA, na sequência da recusa de Donald Trump em voltar a ratificar o acordo nuclear iraniano de 2015, por considerá-lo o “pior acordo de sempre” e entender que Teerão o está a violar de forma repetida. Os iranianos esperam que Moscovo se mantenha do seu lado e pretendem aproveitar o distanciamento americano para se aproximarem ainda mais aos russos.
#Russia President Putin met #Iran Leader @khamenei_ir pic.twitter.com/lvs4AtkCqm
— Sadegh Ghorbani (@GhorbaniSadegh) November 1, 2017
A presença de Putin em Teerão possibilitou ainda a realização de um encontro trilateral, que incluiu o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e no qual se discutiram os projetos comuns de cooperação energética, como o aprofundamento estrutural da rede de oleodutos e gasodutos que ligam a Rússia à Índia, e atravessam solo azeri e iraniano.
Segundo a imprensa de Moscovo, a petrolífera estatal russa Rosneft e a Companhia Nacional Iraniana de Petróleo chegaram a acordo para a construção de canais comuns transporte de petróleo e gás natural, num negócio avaliado em cerca de 30 mil milhões de dólares.