O homem que cometeu o pior atentado terrorista em Nova Iorque desde os ataques do 11 de setembro parece estar orgulhoso das oito mortes que causou na terça-feira e pede que coloquem bandeiras do grupo Estado Islâmico no quarto de hospital em que está internado, de acordo com vários relatos de investigadores e agentes.
“Ele diz que está feliz pelo que aconteceu”, afirmou um polícia ao “New York Times”, falando de Sayfullo Saipov, o usbeque de 29 anos que matou oito pessoas e deixou 12 feridas, quatro em estado grave, algumas amputadas, mas todas, esta quinta-feira, sem correr perigo de vida.
Enquanto jaz ferido pela bala que recebeu no abdómen, Saipov pode assistir ao debate em torno do seu destino. Donald Trump deixou de apoiar a sua ida para a prisão militar americana de Guantánamo e esta quinta-feira defendia a pena de morte pelo tribunal civil.
“DEVE RECEBER PENA DE MORTE”, escreveu o presidente dos Estados Unidos na sua conta do Twitter, tudo em capitulares. “Também há algo de apropriado em mantê-lo no sítio do crime horrível que cometeu”, afirmou ainda, mesmo depois de dizer que o sistema judicial americano é “uma anedota” e uma “humilhação”.
Saipov foi a tribunal na quarta-feira, umas 24 horas depois do atentado, e foi acusado de terrorismo e de causar “morte e destruição com um veículo”, o que pode resultar em pena de morte com um julgamento federal, mesmo que em Nova Iorque a pena esteja sob moratória.
Radical nos EUA
A investigação anunciou esta quinta-feira que chegou a uma segunda pessoa “de interesse”, embora não diga se a considera possível cúmplice. A polícia diz também que a esposa de Saipov, com quem o usbeque tem três filhos, está a colaborar com os agentes.
E o perfil do atacante completa-se aos poucos, à medida que a investigação dava os primeiros passos e os jornalistas chegavam aos dois locais em que o atacante viveu: Nova Jérsia e Florida.
Em ambas as localidades, Saipov é recordado como um jovem irado que deixou crescer a barba e adotou um islão mais radical quando se mudou para os Estados Unidos, através do programa de atribuição de vistos que Trump quer agora terminar.
O seu telemóvel confirma o perfil: Saipov tinha 90 vídeos e 3800 imagens do Estado Islâmico, grupo em cujo nome diz ter feito o ataque, o qual ainda esta quinta-feira, mesmo sangrando território e influência no Médio Oriente e no mundo, ainda não reivindicara o seu atentado.