As forças militares do regime sírio de Bashar Al-Assad reconquistaram a cidade de Deir Al-Zour, o último bastião no país do auto-proclamado Estado Islâmico, cidade que controlava desde 2014, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Contudo, fonte militar do regime sírio disse que apenas se encontravam sob o controlo de cerca de 80% da cidade.
Os combates já duravam há cerca de dois meses, sendo que a intervenção da força aérea russa, em apoio às forças sírias, foi significativa.
Ao mesmo tempo, forças militares iraquianas encontram-se em duros combates contra as últimas bolsas de resistência de militantes do EI na cidade de al-Qaim, Iraque, numa operação iniciada na semana passada.
Cerca de 350 mil civis foram obrigados a fugir de Deir al-Zour por causa dos combates das últimas semanas.
A importância de Deir al-Zour deriva da sua posição geoestratégica, ou seja, por se encontrar nas proximidades do rio Eufrates, entre a cidade de Raqqa, o quartal-general do Estado Islâmico, e a fronteira iraquiana. Os jihadistas utilizavam a cidade como ponto de partida para transferir combatentes, armas e bens entre a Síria e o Iraque. Neste sentido, a cidade também é importante por ser um símbolo da destruição das fronteiras entre os dois países, definidas pelo acordo Sykes-Picot, em 1916, entre as potências coloniais francesa e britânica.
No mês passado, a coligação síria, apoiada pelos Estados Unidos, conseguiu expulsar os jihadistas de Raqqa, isolando-os na província de Deir al-Zour. Apesar da reconquista da capital da província, os jihadistas do Estado Islâmico ainda controlam algumas bolsas de resistência na mesma área, como a cidade de Albu Kamal.
A eliminação da ameaça do auto-proclamado Estado Islâmico aumenta o potencial de eventuais confrontos entre as forças militares de Assad e as forças, predominantemente curdas, apoiadas pelos Estados Unidos, que controlam o norte da Síria, prolongando a guerra civil no país.