França acorda referendo de auto-determinação para a Nova Caledónia

O acordo foi alcançado depois de 9 horas de negociações entre ministros do governo francês e os líderes independentistas da Nova Caledónia

O governo francês de Emmanuel Macron anunciou hoje ter chegado a acordo para a realização de um referendo de auto-determinação para o território da Nova Caledónia. 

Ontem, os líderes independentistas da Nova Caledónia reuniram-se durante 9 horas com ministros do governo francês para se chegar a um acordo que pode levar à independência do território francês. 

Edouard Philippe, primeiro-ministro francês, disse que as negociações "resultaram num acordo político e, tavez até para além dele. Temos confiança, o que é importante.". O prazo máximo para a realização do referendo é novembro de 2018. 

O arquipélago situa-se a leste da Austrália e a alguns graus a norte do Trópico de Capricórnio. 

O climax do movimento independentista ocorreu na década de 1980, quando se deram confrontos entre os separatistas kanak e forças francesas. Um dos grandes eventos desse climax foi quando separatistas kanak fizeram reféns um conjunto de gendarmes franceses, resultando num assalto militar ao edíficio que custou a vida a 19 separatistas e a dois soldados franceses. 

Contudo, em 1998 os dois lados do conflito assinaram o Acordo Nouméa, marcando o início da descolonização do arquipélago e agendando um referendo para 2018. Cerca de 45% da população da Nova Caledónia é composta pelos kanak. 

Caso a maioria da população opte pela independência, então será o primeiro território francês a separar-se da França desde o Djibouti (1977) e Vanuatu (1980). De acordo com a Constituição francesa, a Nova Caledónia não é uma colónia, mas território nacional francês.