Portugal conta com 11,6 milhões de utilizadores de telemóveis, de acordo com os últimos dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), referentes a 2016. Ainda assim, o número representa uma descida de 1,2% face ao ano anterior, mas continua a ser superior ao número de habitantes no nosso país: 10,3 milhões, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 2016, o tráfego de voz, em termos de minutos, aumentou 2,7%, valor inferior à taxa de crescimento média dos quatro anos anteriores (+5,1%), embora superior à taxa de crescimento do número de assinantes. O número de chamadas realizadas e o volume de minutos de conversação atingiram, em 2016, máximos históricos. Esta evolução está relacionada com o aumento da penetração das ofertas em pacote que integram serviços móveis e serviços fixos e incluem chamadas a zero cêntimos.
Já a duração média das chamadas manteve-se nos 155 segundos, o mesmo valor dos anos anteriores. No entanto, assistiu-se a uma quebra do serviço de mensagens escritas, ao terem sido enviadas menos 11,1% de mensagens face a 2015 – uma queda superior à redução média dos últimos anos (- 9,2%), em que o número médio mensal de mensagens enviadas por utilizador deste serviço foi de 200, valor mais baixo desde 2010. Este abrandamento do tráfego de mensagens escritas que se tem vindo a registar nos últimos anos resulta, segundo a Anacom, do aparecimento de formas de comunicação alternativas.
O cenário é bem diferente daquele a que se assistia há 25 anos, altura em que apareceu a Vodafone no mercado português – na altura, com o nome de Telecel –, onde havia apenas uma operadora de telecomunicações, a TMN, da incumbente Portugal Telecom. A comemorar os 25 anos da marca, a operadora lembra que o seu aparecimento pretendeu mudar “radicalmente o mercado das telecomunicações em Portugal e transformar a forma de comunicar dos cidadãos e das empresas”.
E os estudos para a penetração no mercado móvel tinham sido feitos numa altura em que existiam cerca de seis mil clientes de telefones móveis em Portugal. Na proposta estimava-se para o ano 2000 uma taxa de penetração de 8%, número que o tempo viria a corrigir para 66%, o que implicou um investimento três vezes superior ao inicialmente previsto.
E estes 25 anos deixaram marcas. A Vodafone lembra que o seu aparecimento representou a introdução do telemóvel no quotidiano de milhões de consumidores; o primeiro serviço de apoio aos clientes 24 horas por dia e sete dias por semana; a febre das Vitaminas; a criação da primeira oferta disruptiva para jovens, a Yorn; o serviço pioneiro One Net para empresas; a liderança no lançamento do 3G e 4G; a democratização do acesso à internet e da oferta de TV-Net-Voz de última geração; e a primeira oferta de 1Gbps são apenas alguns exemplos das múltiplas referências históricas.
Realidade distinta
A verdade é que, atualmente, a compra de um telemóvel e a sua utilização (ver coluna ao lado) era bem diferente face ao que se assiste nos dias de hoje. O i sabe que nos primeiros dias, os funcionários das lojas, perante a forte adesão, acabavam por reunir os clientes em mesas-redondas e fazer mini-workshops para explicar como preencher contratos e funcionar com os equipamentos, que na época demoravam cerca de 48h e alguns faxes internos até ficarem operacionais.
Também o processo era mais complicado: não havia serviços pré-pagos, preencher os contratos era demorado, eram necessários vários documentos e nem todos os clientes aceitavam bem a burocracia necessária.
Ambições Para comemorar os 25 anos da empresa, a subsidiária portuguesa lança o Vodafone Future, a primeira plataforma totalmente focada na divulgação de conteúdos futuristas, que revelará projetos mundiais inovadores nas áreas da saúde, entretenimento, vida digital, ciência, educação e sociedade.
Segundo a operadora, a iniciativa tem “um cariz inspirador e, simultaneamente, pedagógico. Ao mesmo tempo que dá a conhecer o potencial de novas tendências, a plataforma desmistifica a sua utilização e o impacto na sociedade”.
O Vodafone Future faz parte da estratégia de transformação digital da empresa, que quer comunicar com os portugueses de uma forma mais dinâmica, mostrando os progressos tecnológicos que estão a acontecer em todo o mundo e que, em breve, estarão presentes nas nossas vidas.
Nos últimos três anos, a Vodafone investiu 900 milhões de euros no mercado português, contando atualmente com 1400 colaboradores, e “um terço destes já exportam serviços para outras operações”.
“Somos reconhecidos como uma empresa de referência no mundo Vodafone e queremos ter um papel ativo na economia digital e contribuir para o país”, já veio afirmar o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz.
Ao mesmo tempo, a ideia é continuar a crescer no mercado nacional e, por isso, no mês passado, a NOS e a Vodafone assinaram um acordo para partilhar infraestrutura de fibra ótica com o objetivo de alargar a abrangência da sua oferta comercial. Serão 2,6 milhões de casas e empresas que passarão a poder usar os serviços destas operadoras. O acordo inclui ainda a partilha de rede móvel 4G. Quanto à infraestrutura móvel, pretende-se assegurar a “partilha mínima de 200 torres móveis”. Esta parceria permitirá aos dois operadores a disponibilização das suas ofertas comerciais, sob a rede partilhada, a partir do início de 2018.
Ao ser dado este passo, as duas operadoras esperam, cada uma, totalizar mais de quatro milhões de casas na sua rede de fibra ótica até final do próximo ano. A infraestrutura será partilhada, mas os clientes não.