Estado Islâmico no precipício

O grupo controla apenas o deserto, uma pequena cidade síria e uma vila no Iraque.

O suposto califado do grupo extremista Estado Islâmico encurtou-se esta semana até quase ao ponto do desaparecimento. Militares sírios anunciaram a captura dos últimos bairros insurgentes de Deir Ezzor, a penúltima cidade com presença de jihadistas no país e onde o exército do regime de Damasco esteve cercado por mais de dois anos numa base militar. Do outro lado da fronteira, o exército iraquiano anunciou também ontem a captura de al-Qaim, esta a última cidade controlada pelo Estado Islâmico no país, na fronteira com a Síria.

As duas notícias querem dizer que o grupo jihadista, que a dada a altura controlou um território maior que o da Bélgica e que dominou milhões de pessoas num pseudo-Estado, tem agora apenas uma pequena cidade fronteiriça na Síria, uma vila no Iraque troços largos de deserto nos dois países. Por outras palavras: o califado, pelo menos na sua forma territorial, está prestes a acabar. O comando americano da campanha internacional de bombardeamento ao grupo, aliás, diz que a organização dispõe apenas de «alguns milhares de combatentes», como escrevia ontem a Reuters.

«Esperamos que tentem fugir, mas estamos a par disso e faremos todo o possível para aniquilar os líderes do Estado Islâmico», indicava ontem o porta-voz americano da coligação, Ryan Dillon, avisando que o mais provável é que centenas de combatentes tentem esconder-se para prosseguir a campanha jihadista numa lógica de guerrilha, como aconteceu depois da invasão americana do Iraque com a Al-Qaeda.

«À medida que o Estado Islâmico continua a ser perseguido para estas zonas mais pequenas, vemo-los a fugir para o deserto e a esconderem-se para regredirem a uma lógica de grupo terrorista insurgente», afirmou Dillon.