Um alto funcionário do Pentágono afirmou que uma invasão terrestre é a única forma de localizar e destruir com certeza absoluta o arsenal nuclear norte-coreano, segundo o jornal britâncio "The Guardian".
As declarações deram azo à resposta rápida de um conjunto de 15 congressistas, tanto democratas como republicanos, que emitiram um comunicado a caraterizar as declarações como "profundamente perturbantes" e a alertar que a ação militar "poderia resultar em centenas de milhares de mortos, ou mesmo de milhões, só nos primeiros dias de combates".
"É nossa intenção que haja uma supervisão pública completa sobre o custo potencial de uma guerra, de modo a que o povo americano entenda o compromisso que estaríamos a fazer como nação se forçássemos uma ação militar", pode-se ler no comunicado conjunto.
Ainda assim, o documento redigido pelos congressistas não é omisso em críticas à administração Trump: "Não conseguiu articular quaisquer planos para evitar que o conflito militar se expandisse para além da península coreana nem para gerir o que aconteceria depois do conflito ter terminado".
E crítica a postura agressiva e provocadora que o presidente norte-americano tem tido para com a Coreia do Norte. "O pensamento de se enviarem mais tropas para o perigo e gastarem-se recursos em mais uma guerra potencialmente sem possibilidades de vencer é arrepiante. O presidente precisa de parar de fazer declarações provocadoras que dificultam as opções diplomáticas e colocam as tropas americanas num maior risco", criticaram os congressistas.
Uma das vozes que se somaram à dos 15 congressistas foi a de Dianne Feinstein, também ela congressista. "A pior alternativa é a guerra, que se pode tornar nuclear", alertou. E apelou a que o secretário de Estado norte-americano, Rex Tllerson, mantivesse o "percurso seguido" e que alcançasse uma solução diplomática para a tensão com a Coreia do Norte, apesar do comportamento imprevisível e das ameaças de Trump.
Estas afirmações de uma fonte interna do Pentágono têm importância acrescida por o presidente norte-americano, Donald Trump, se encontrar em viagem pela Ásia-Pacífico com o objetivo de tranquilizar os seus aliados regionais, como a Coreia do Sul e o Japão, de que os Estados Unidos estão dispostos a intervir na região em caso de conflito militar. A nuclearização da Coreia do Norte é um dos assuntos que Trump discutirá com os seus homólogos nos encontros que terá nos próximos oito dias. Ainda assim, Trump pretende também isolar a China com o fortalecimento dos laços económicos entre os Estados Unidos e os seus aliados regionais com a formação de um "espaço livre e aberto" na Ásia-Pacífico entre o Japão, Austrália e Índia.
Depois de ter feito uma breve escalada pelo Hawai, Trump visitou hoje no Japão. De seguida irá para a Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas.