Casas. Rendas não param de aumentar em Lisboa e Porto

Também o número de despejos não tem ficado alheio a esta subida.Em média são despejadas cerca de 5,5 famílias por dia

A procura por casas para arrendar não para de crescer e, por isso, é natural que os preços também estejam a acompanhar esta tendência. De acordo com vários responsáveis do setor, nos primeiros seis meses do ano, o valor médio de arrendamento, a nível nacional, fixou-se nos 680 euros, o que revela um aumento de 10% face à média de 620 euros registada no mesmo período do ano anterior, apurou o i. E os aumentos não deverão ficar por aqui. 

E perante um cenário de rendas cada vez mais altas, aliado ao facto de os salários serem baixos para a maioria dos portugueses, o número de despejos disparou. De acordo com os últimos dados do Banco Nacional de Arrendamento (BNA), os despejos duplicaram desde 2013 e, em média, são despejadas por dia cerca de 5,5 famílias. No ano passado, um total de 1931 famílias ficaram incapacitadas de pagar as suas casas devido aos salários baixos e às rendas cada vez mais altas.

Segundo os dados do Ministério da Justiça, o número de pessoas despejadas em 2016 foi 91,7% superior ao número contabilizado três anos antes. O Banco Nacional de Arrendamento recebeu 4361 requerimentos de despejo, mas 64% acabaram por ser recusados. Cerca de 1130 requerimentos terão sido recusados dado o mau preenchimento dos dados.

A manter-se o ritmo atual, o Banco Nacional de Arrendamento acredita que o número de títulos de desocupação emitidos este ano possa vir a ultrapassar o do ano passado. 

Só nos primeiros nove meses do ano foram despejadas 1480 famílias e, de acordo com o presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques, os dados do Balcão Nacional de Arrendamento podem representar apenas um terço do total dos títulos de desocupação do locado emitidos em Portugal. Em contrapartida, o mercado de reabilitação continua a subir. E os números falam por si: este mercado registou um acréscimo de 10,1% em 2016 comparando com o ano anterior, diz a AICCOPN.