Portugal “tem, em relação a outros países com clima semelhante um número recorde de ignições, da ordem das 15 mil por ano, e não sabemos bem qual a origem destas ignições, é uma coisa que o Estado não tem conseguido diminuir”, afirmou Filipe Duarte Santos, professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa à Lusa.
O professor, que é especialista em alterações climáticas referiu que “o número de ingnições continua elevado e, de certo modo, incontrolado. Sempre que há risco elevado de incêndios florestal, se há ignições, há fogos”, explicou.
O especialista fez uma lista com os fatores que contribuem mais para os incêndios florestais e o elevado número de ignições é um deles. O aumento do “risco meteorológico de incêndio florestal” e a seca têm agravado o risco de incêndios em Portugal.
As alterações climáticas têm potenciado o risco de incêndio, tornando os fogos “muito mais perigosos”. Essas condições permitem que as chamas atingam “proporções muito grandes” e se tornem extremamente difíceis de combater.
Este ano, o nosso país registou dois grandes incêndios, sendo que o pior dia foi a 15 de outubro, onde começaram centenas de incêndios que consumiram 190.090 hectares de floresta. Outra das situações mais graves deste verão foi a tragédia de Pedrógão Grande que causou 64 mortos e mais de 250 feridos.