As operações de resgate e salvamento nas províncias iranianas atingidas pelo grande terramoto deste domingo foram interrompidas na manhã local desta terça-feira, num momento em que o número de mortos oficial alcançava as 530 pessoas.
O governo anunciou que as manobras de salvamento já não têm grandes hipóteses de encontrar pessoas vivas sob os escombros de prédios e edifícios rurais e que o frio extremo da noite obriga a voltar as atenções para os milhares de sobreviventes desalojados, muitos dos quais não têm alimento ou abrigo temporário.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, deslocou-se esta terça-feira às áreas mais afetadas, na zona ocidental do país, onde prometeu que Teerão vai “recorrer a todo o seu poder para corrigir os problemas o mais brevemente possível”. Governadores e habitantes temem acima de tudo o frio da noite. Sem eletricidade também não há aquecimento.
“Há pessoas em algumas ideias que precisam urgentemente de comida, água e abrigo”, avisava esta terça o governador do condado Qasr-e Shirin, na província de Kermanshah, citado pela Reuters. Alguns iranianos ouvidos pela agência dizem que é provável que haja mais mortes pelas baixas temperaturas.
O epicentro do terramoto de domingo, registado com 7,3 pontos na escala de Richter, até pode ter ocorrido no lado iraquiano da fronteira com o Irão, mas as mortes ocorreram quase todas neste país, onde cerca de 30 mil casas ficaram destruídas e duas aldeias ficaram sem alguma estrutura de pé.
No Iraque, segundo informava esta terça-feira a Reuters, morreram apenas seis pessoas, mas 325 ficaram feridas.
A agência nacional iraniana, a IRNA, dizia esta terça-feira que há cerca de 30 mil desalojados na região ocidental do país, sobretudo na província de Kermanshah – o Crescente Vermelho iraniano, por sua vez, calcula que este número se aproxime mais das 70 mil.
Embora muitas das casas nas zonas rurais se construam com de tijolos de lama ou outros materiais artesanais, muitas das casas que tombaram no domingo eram construções recentes, erigidas num programa social do antigo governo, do nacionalista primeiro-ministro Mahmoud Achmed Ahmadinejad.