Tida como uma das provas mais desafiantes a nível desportivo, a Everest Trail Race consiste em percorrer 160 km e 29 000 metros de desnível acumulado, divididos em 6 etapas (que se repartiram, aproximadamente, por 22 km, 24 km, 37 km, 28 km, 20 km e 30 km), nos Himalaias.
A competição tem ainda a particularidade de cada participante ter a responsabilidade de transportar consigo o material necessário para se manter autónomo durante toda a prova (entre eles o saco-cama, a bússola, o kit de primeiros socorros, além do equipamento adequado às temperaturas que oscilaram entre os 18 graus de dia e os 2 graus negativos à noite), sendo que apenas a alimentação é doseada para cada etapa.
“É um enorme desafio e vai ser uma experiência única de vida. Admito que surge já numa fase da época na qual já todos temos algum desgaste de competição, mas acredito que durante estes últimos anos trabalhei no sentido de superar um desafio como este”, havia partilhado a portuguesa antes de rumar para a mais alta cadeia montanhosa do planeta, também conhecida como Teto do Mundo.
Rainha das montanhas Ester Alves cumpriu o desafio ao terminar o percurso, com início e meta em Lukla, no segundo lugar, posto que alcançou após ter vencido as duas primeiras etapas.
A atleta da Salomon Suunto Portugal ficou a 18 minutos da vencedora, a nepalesa Chhechee Sherpa Rai, atleta que, de resto, havia batido a portuguesa nas três últimas etapas, fechando a corrida com um tempo final de 27h 29m. A atleta sueca Elizabet Barnes fechou o pódio.
De volta à protagonista nacional, além do segundo lugar, Ester Alves também assinou, com as 27h47m que precisou para atingir a meta, a melhor prestação de sempre de uma atleta ocidental no total das edições da Everest Trail Race, que este ano foi realizada pela sétima vez, inscrevendo, desta forma, o seu nome no restrito quadro das corridas de montanha.
Ester Alves não podia fechar a temporada da melhor maneira. Ao pódio arrecadado esta terça-feira junta os títulos amealhados, também este ano, na Maratona das Areias, Euráfrica e Riano Trail. A par dos sucessos desportivos, a atleta concluiu em 2017, no nível pessoal, o seu doutoramento.
No plano masculino No segmento masculino, à semelhança do plano feminino, o vencedor absoluto foi também um atleta nepalês, Suman Kulung Rai que ganhou 3 etapas (3.ª, 4.ª, 6.ª), seguido do espanhol Luis Alberto Hernando que ganhou as restantes três e do norueguês Sondre Amdahal que manteve a 3.ª posição em todas as etapas, com exceção da 3.ª que foi ganha por Jordi Gamito.
A prova contou ainda com um atleta português, André Castro, que ficou em 19.º lugar da geral e 15.º dos homens. Carlos Lourenço, o terceiro elemento português que estava também inscrito na Everest Trail Race, não chegou a partir.