Pintura de Leonardo da Vinci leiloada por valor nunca visto

Chama-se “Salvator Mundi” e representa Jesus Cristo, que com a mão direita faz o gesto da bênção e na esquerda segura uma esfera de cristal. Terá sido pintado pelo mestre toscano por volta de 1500.

Com um valor estimado de 100 milhões de dólares (em 2013 tinha sido comprada pelo milionário russo Dmitry Rybolovlev, o patrão do Mónaco, por 127,5 milhões de dólares), bastaram 20 minutos para a pintura mais do que quadruplicar esse valor.

Esta quarta-feira, um colecionador não identificado, mas que se presume ser de nacionalidade chinesa, arrematou por telefone a obra de arte de Leonardo da Vinci por 450 milhões de dólares, 380 milhões de euros, pulverizando o anterior recorde de 179,4 millhões de dólares, que pertencia a uma obra de Picasso.

Curiosamente, o “Salvator Mundi” nem sempre foi considerado autêntico. Encomendado por Luís XII, pertenceu ao rei de Inglaterra Carlos I, tendo-se depois perdido o seu rasto. Esteve na coleção de Francis Cook, um riquíssimo comerciante e colecionador britânico, o mesmo homem que mandou construir o palacete de Monserrate, em Sintra. Em 1958 foi vendida pelos herdeiros de Cook pelo valor insignificante de 45 libras. Julgava-se tratar-se de uma cópia. Já em 2005 um grupo de negociantes de arte adquiriu-a por dez mil dólares, sujeitando-a a um criterioso trabalho de restauro.

Com a obra expurgada dos repintes posteriores, seguiu-se o processo de análise que permitiu aos especialistas considerá-la autêntica. O leilão do “Salvator Mundi” era aguardado com grande expectativa, uma vez que existem menos de vinte pinturas de Leonardo. Ainda assim, não se imaginava que pudesse atingir um valor tão elevado.