Segundo as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), não choverá nos próximos dias. Só a partir de quarta-feira da próxima semana está prevista chuva um pouco por todo o país, ainda que em algumas zonas a probabilidade ronde os 40%.
O país está numa situação de seca extrema. O mês de outubro foi o mais quente dos últimos 87 anos. No último dia do mês, em grande parte das regiões do interior e do sul, os valores de água no solo eram inferiores a 20%.
A seca já era preocupante desde o início do verão e o mau tempo dos últimos dias – leia-se sol – veio agravar a situação que, em algumas zonas do país, está a chegar a situações limite. Na região de Viseu, depois de terem sido usados camiões-cisterna para abastecer a população, deverão ser usados já a partir desta semana comboios, que chegarão diariamente com mais de 500 mil litros de água. E um pouco por todo o lado veem-se marcas deste flagelo: as imagens da nascente do Douro seca são especialmente impressionantes.
Esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou que vai fechar provisoriamente as fontes ornamentais da cidade que usem água de rede. E o Governo já lançou uma campanha – ‘Vamos Fechar a Torneira à Seca’ – para sensibilizar a população para o problema.
Precisamos quase sempre de chegar a situações limite para mudarmos comportamentos. Poupar água já não é apenas um ato de prevenção – muito em breve, será uma questão de sobrevivência. Chegou, portanto, a hora de parar de assobiar para o lado e de reduzir o consumo: tomar duches curtos, reduzir a quantidade de água nas descargas do autoclismo, fechar a torneira enquanto se lava os dentes.
Há dias, a minha irmã contou-me que no seu grupo de amigos já adotaram a prática de ter um balde no chuveiro para recolher a água que cai durante o tempo que demora a aquecer, que depois usam, por exemplo, para regar as plantas. Enquanto continua o mau tempo, só nos resta mesmo seguir o repto e fechar a torneira à seca.