Duplicação de OTRV e menos reembolsos ao FMI

O IGCP mais do que duplicou a oferta de Obrigações dos Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) ao mesmo tempo que anunciou uma diminuição dos reembolsos ao FMI.

A agência que gere a dívida pública portuguesa revelou que “"decidiu aumentar o valor nominal global da emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV)", dos 500 para os 1300 milhões de euros.

A nova série de OTVR, cuja emissão começou a 15 de novembro destina-se ao público em geral e decorre até dia 28. As obrigações são emitidas por um período de cinco anos – o reembolso do capital é a 5 de dezembro de 2022.

O titulares deste instrumento de poupança terão direito a receber uma taxa de juro variável e igual à Euribor 6 meses acrescida de 1,10%, com uma taxa de juro mínima de 1,10%. O pagamento dos juros deste será feito semestralmente a 5 de junho e a 5 de dezembro de cada ano.

Esta é a sexta série de OTRV que o IGCP lança desde abril de 2016, altura desde a qual tem vindo a baixar a taxa de juro mínima paga aos subscritores: começou em 2,2%, baixando sucessivamente até à série anunciada agora, que tem um juro mínimo de 1,1%.

O Governo justificou hoje a revisão em baixa dos reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2018 e em 2019 com o facto de este ano ter sido devolvido um montante superior ao previsto.

Numa outra nota o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública revelou que prevê reembolsar 1000 milhões de euros ao FMI no próximo ano, menos 400 milhões de euros que previa em outubro e estava em linha com o previsto no Orçamento do Estado para 2018.

Para 2019 as projecções também foram alteradas. Em outubro a previsão do IGCP era reembolsar 1000 milhões de euros. Agora é 800 milhões de euros.

A confirmar-se o calendário agora atualizado pelo IGCP no final do próximo ano Portugal terá por pagar quase 5,5 mil milhões de euros e, no final de 2019, a dívida por liquidar junto do FMI será superior a 4,6 mil milhões de euros.