“Pela credibilidade republicana, ética e moral, convém José Eduardo dos Santos demitir-se de imediato do posto de presidente do partido MPLA”. Ambrósio Lukoki, antigo ministro e antigo embaixador de Angola na Tanzânia, que em agosto de 2016 renunciou ao seu lugar no comité central do MPLA por não concordar ideologicamente com a linha que o partido estava a seguir, convocou ontem uma conferência de imprensa em Viana, nos arredores de Luanda, para manifestar o seu apoio ao atual presidente, João Lourenço, e exigir a demissão do seu antecessor da liderança do partido.
Para Lukoki, “o MPLA tem que ter um presidente apurado pelo partido e, sobretudo, um líder na capacidade de o encarnar, pelo que é muito imperioso legitimar João Lourenço”.
O presidente da República é atualmente o número dois do partido, devendo obediência partidária ao seu líder e antecessor na presidência de Angola.
Considerando que José Eduardo dos Santos representa um “reinado absolutista de quase 40 anos”, um “regime de corrupção abjeta” que fez o povo angolano “refém” e que o MPLA “anda a girar em torno do vazio”, Lukoki defende a necessidade de que “o partido tenha uma estratégia bem articulada”. Porque “se a refundação significa somente uma preservação, então para o partido virá o tempo de evaporação”.
Já o ano passado Lukoki denunciara que o comité central do MPLA se limitava a aprovar aquilo que José Eduardo dos Santos impunha e que os dirigentes do partido refletiam pouco ou nada sobre essas decisões que lhe eram impostas. Agora o histórico dirigente volta a ser claro: “OMPLA corre o risco de descambar ou degenerar” se deixar que se arraste esta liderança bicéfala.
Histórico Militante do MPLA pede demissão de José Eduardo dos Santos
Ambrósio Lukoki convocou conferência de imprensa em Luanda para apresentar a sua “exigência”