O comissário europeu responsável pela pasta da Saúde garantiu esta manhã que os perfis de saúde elaborados pela primeira vez para os 28 Estados Membros e apresentados hoje em Bruxelas vão ser tidos em conta nas recomendações económicas aos países no âmbito de ferramentas como o Semestre Europeu. Embora os dois campos não estejam ligados, a Comissão Europeia defende a ideia da "saúde em todas as políticas", pelo que Vytenis Andriukaitis admite que este tipo dados vão passar a enquadrar as avaliações económicas dos países.
Os relatórios nacionais, elaborados por peritos da OCDE e do o Observatório Europeu de Políticas e Sistemas de Saúde, traçam um retrato do estado de saúde da população e dos principais desafios enfrentados pelos sistemas de saúde dos diferentes Estados Membros. Em Portugal, a pressão sobre os recursos humanos e as desigualdades regionais são algumas preocupações.
Comentando as conclusões gerais, Vytenis Andriukaitis defendeu uma mudança radical nas políticas de saúde, para passarem a apostar definitivamente na prevenção. “Em média só 3% dos orçamentos de saúde são gastos em prevenção quando as doenças crónicas consomem 80% dos orçamentos”, disse Andriukaitis.
O próximo passo da Comissão Europeia será propor reuniões com as autoridades nacionais, que terão um caráter voluntário. Andriukaitis sublinhou, porém, que se tratam de documentos neutros e baseados em ciência e que a resiliência dos sistemas de saúde é algo que preocupa a população, pelo que não deve ser ignorado pelos decisores políticos.
Que sistema de saúde público está melhor? A pergunta ficou sem resposta. Vytenis Andriukaitis sublinhou que todos os sistemas têm as suas forças e fraquezas, recusando apontar quais são neste momento os serviços de saúde europeus mais resiliente.