Trump chama “Pocahontas” a senadora em homenagem a tribo índia

Presidente norte-americano causa polémica ao fazer piada racial durante cerimónia de homenagem a veteranos de guerra da tribo Navajo

Donald Trump volta a estar envolvido em polémica. Durante uma cerimónia de homenagem aos veteranos da II Guerra Mundial oriundos da tribo índia Navajo, o presidente norte-americano chamou “Pocahontas” à senadora Elizabeth Warren, que alega ter ascendência da tribo Cherokee.

“Vocês estavam aqui muito antes de algum de nós cá estar. Apesar de termos uma representante no Congresso que dizem estar cá há muito tempo. Chamam-lhe ‘Pocahontas’”, disse Trump, tendo a sua piada sido recebida em silêncio.

A senadora Warren já reagiu apelidando a situação de “infeliz”. “É profundamente infeliz que o presidente dos Estados Unidos nem consiga estar numa cerimónia de homenagem a estes heróis sem mandar uma piada racial”. Também a Casa Branca, através da assessora de imprensa Sarah Sanders, acusou a senadora de mentir sobre a sua ascendência. “O que a maioria das pessoas acha ofensivo é que a senadora Warren minta acerca da sua herança para avançar na carreira”. Os republicanos acusam a Elizabeth Warren de ter inventado um passado índio para construi a sua carreira política.

Para além da piada, Trump adensou ainda a polémica por discursar à frente da tribo Navajos sob um retrato do presidente americano Andrew Jackson, um presidente que perseguiu as tribos nativas americanas durante o século XIX e assinou o Indian Removal Act que expulsou milhares de índios das suas terras.

A cerimónia pretendia homenagear os “Navajo Code Talkers”, um grupo especializado que foram recrutados pela Marinha durante a II Guerra Mundial. Através do uso da língua dos Navajos foi desenvolvido um código especial durante a guerra que permitiu o secretismo da comunicação durante as batalhas no Pacífico.