Falta 20 dias para a tão desejada troca de prendas e, se muitos portugueses já começaram a fazer as suas compras de Natal – e há mesmo quem já possa estar despachado dessa tarefa -, há sempre quem prefira deixar as escolhas para a última hora. Para estes últimos, há um risco iminente: ter menor opção de compra e sujeitar-se a preços mais altos. No entanto, não tem necessariamente de ser esse o cenário.
Quer continuar a oferecer os mesmos presentes gastando menos do que no ano anterior? É possível, e a solução pode passar por menos quantidade ou mais atenção na escolha. Há regras básicas que deverá seguir para evitar desequilíbrios orçamentais e desagradáveis surpresas. De acordo com um estudo do Cetelem, os portugueses estão a pensar gastar, em média, 255 euros – ou seja, um aumento de 44 euros face ao ano anterior.
Quanto à repartição dos gastos, os portugueses pretendem maioritariamente comprar prendas. É pelo menos isso que referem os inquiridos, com 53% do seu orçamento destinado para estes produtos. Tal significará que estão reservados, em média, 134 euros para os presentes de Natal. Além disso, cada consumidor comprará prendas para uma média de seis pessoas, o que significa um gasto unitário de 22 euros.
“O período em causa apela inevitavelmente a um maior consumo e compra de prendas, em especial para os mais pequenos. E o que verificamos, através do número limitado de pessoas para quem cada consumidor pretende adquirir presentes, é que há uma tendência para evitar gastos que ultrapassem a sua estrutura familiar mais chegada, como os pais, filhos ou cônjuges”, revela Pedro Camarinha, diretor do Cetelem.
Mais despesista
Mais otimista é o estudo da Deloitte, que aponta para uma intenção de gastos na ordem dos 338 euros para esta época festiva. Ainda assim, tal representa uma queda de 21 euros face ao ano anterior. Este valor será repartido entre presentes (53%), alimentação e bebidas (34%) e eventos sociais (13%). A previsão de gastos em Portugal fica significativamente abaixo dos 550 euros no Reino Unido ou dos 526 em Espanha, destaca a consultora, em comunicado.
Segundo o mesmo estudo, entre 2009 e 2014 assistiu-se a uma queda superior a 50% no consumo estimado pelos portugueses para a época natalícia, de 620 euros para 270 euros por agregado familiar. “Esta tendência inverteu-se a partir de 2014, observando-se nos dois anos seguintes uma tendência crescente”, refere a Deloitte.
Verba extra
Grande parte dos consumidores estão a pensar usar o subsídio de Natal (74%). Este valor representa um aumento de 10 pontos percentuais face a 2016 e é o mais elevado desde 2011, quando 82% dos portugueses asseguravam utilizar o seu subsídio nesta época do ano. Apenas 10% acreditam que não vai usar essa verba extra para prendas.
Quanto ao local de compra, as lojas de centros comerciais dominam a preferência dos portugueses (75%) mas, ao contrário do que acontecia em anos anteriores, a internet é cada vez mais procurada para encontrar o presente de Natal certo. Mais de 20% dos consumidores vão à internet antes de efetuarem as suas compras. Este é um crescimento de 3 pontos percentuais face a 2016. Já 38% dos portugueses pesquisam a internet em segundo lugar, mais 14% que em 2016.
Dicas para poupar
1. Fazer orçamento
O ideal é começar a fazer as compras antecipadamente ou reservar parte dos seus rendimentos – por exemplo, três meses antes – para esta quadra. Mas se prefere deixar tudo para a última hora e está a pensar em gastar o salário deste mês nas compras de Natal, então comece por fazer uma lista das pessoas a quem quer oferecer prendas e, principalmente, quanto pretende gastar. A partir daí, é tentar cumprir à risca essa listagem.
2. Antecipar compras
O tempo pode ser o seu melhor aliado, pois quanto mais cedo começar as suas compras, maior será a probabilidade de comprar a prenda mais adequada e ao melhor preço. Não se esqueça que, muitas vezes, o presente perfeito não é o mais caro, mas sim o mais difícil de encontrar. Quanto mais espaço temporal tiver para as compras, menos dinheiro irá gastar, pois tem tempo de sobra para escolher o melhor e mais em conta. Aproveite, por exemplo, os saldos.
3. Trocar presentes
Conhecido como o “amigo secreto”, esta é uma das melhores formas de conseguir reduzir o número de prendas a oferecer. Cada participante tira um papel com o nome de outro e depois compra um presente para essa pessoa. A prenda pode ainda ter um limite de valor. Esta técnica funciona muito bem com os colegas de trabalho, da escola ou até mesmo em família, caso o orçamento seja apertado.
4. Aproveitar campanhas
Em altura de crise, até os comerciantes necessitam de encontrar técnicas alternativas para incentivar as vendas. Por isso, muitas lojas apostam em campanhas com descontos durante esta época. Aproveite-as. Quer sejam descontos em lojas de roupa, telecomunicações ou beleza, vale a pena perder algum tempo a procurar o negócio adequado para comprar os presentes certos ao melhor preço.
5. Usar cupões
Recorrer aos famosos cupões de descontos poderá ser uma boa aposta. Odisseias é um desses exemplos de empresas a que poderá recorrer. Se quer oferecer um presente de luxo, como um fim de semana num hotel de cinco estrelas, um jantar romântico num restaurante gourmet ou um dia inteiro num spa, é aí que deve ir. Estes presentes de luxo estão à distância de descontos “à séria”.
6. Pagar em dinheiro
Deixe o cartão em casa e pague sempre em dinheiro. Assim será mais difícil gastar acima das suas possibilidades. E se tem o hábito de enviar postais de boas-festas para familiares e amigos, pode passar a fazê-lo por email ou através de cartões eletrónicos. É mais rápido e económico.
7. Comparar preços
Se pretende poupar na compra de prendas, então a internet poderá ser o seu maior aliado. Além de lhe permitir pesquisar todos os presentes possíveis e imaginários, há sites que só fazem comparações de preços: é o caso do Kuanto Kusta e do Izideal. Ou seja, se já sabe que pretende comprar um telemóvel de determinada marca e modelo, pesquise nestes sites e consegue identificar a loja online que pratica os preços mais baixos para um mesmo produto.
8. Personalizar presentes
Porque não oferecer um presente feito à mão? Pode ter a certeza de que uma prenda feita por si terá muito mais impacto do que uma escolhida à pressa e que pode ser bem mais cara. Arranjos florais, compotas gourmet, agendas ou molduras são algumas ideias. Outra hipótese passa por oferecer vouchers com o seu tempo. Os jovens podem oferecer um pacote de explicações ou de aulas de música para os mais novos ou oferecer o seu apoio à família para tomar conta das crianças.