Como vê a intenção de Donald Trump de mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém?
Antes do mais, desejo que não mude mesmo a embaixada. O que fez foi um ato irresponsável, mas também perigoso. Está a ir contra a lei internacional e contra a vontade da comunidade internacional, que vê Jerusalém Ocidental como parte da solução de paz para um Estado palestiniano. Aconselho o sr. Trump a meter-se nos seus próprios assuntos, a assumir a responsabilidade pela América, e a não começar a dar terras a quem não tem direito a elas.
Que implicações terá esta decisão no processo de paz?
Esta ação preocupa-me por destruir todas as nossas esperanças e por ser uma bofetada na cara de toda a comunidade que trabalha para a paz entre palestinianos e israelitas. Espero que não venhamos a assistir a mais violência entre palestinianos e israelitas porque a última coisa de que precisamos é de violência.
Esta decisão poderá ser recebida com violência?
Espero que não mas, por vezes, o sentimento dos povos oprimidos… É muito difícil que não venha ao de cima a raiva e que os palestinianos não reajam. Espero que as pessoas que se preocupam com a paz tomem uma posição, bem como a comunidade internacional. Hoje é um dia negro na história dos EUA e espero que o mundo reaja com calma e dê aos palestinianos uma solução de dois Estados.
A Autoridade Palestiniana continua disponível para negociar a paz?
Sempre estivemos comprometidos com a paz. Mas como alcançá-la quando o presidente dos EUA decide que Jerusalém pertence a Israel? Para nós, não existe Estado palestiniano sem Jerusalém.