O Ministério Público já abriu um inquérito sobre uma alegada rede de adoção ilegal de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), indiciou a Procuradoria-Geral da República à Agência Lusa.
"Existe um inquérito relacionado com essa matéria, tendo o mesmo sido remetido ao DIAP [Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa] para investigação", adiantou a Procuradoria-Geral da República em resposta enviada à Lusa.
Segundo a reportagem das jornalistas Alexandra Borges e Judite França, os menores eram entregues diretamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias que tinham dificuldades financeiras e acabavam a ser adotadas no estrangeiro, de forma irregular, por bispos e pastores da igreja.
Edir Macedo "está envolvido nesta rede internacional de adoções ilegais de crianças, e que os seus próprios 'netos' são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja", refere a estação de televisão.
A equipa da TVI descobriu, após sete meses de investigação, várias mães a quem os filhos foram roubados e que falaram sobre o assunto pela primeira vez.
Segundo a investigação, "um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e registá-lo diretamente como seu filho biológico".