Pode não reconhecer o nome Sharbat Gula, mas de certeza que se lembra desta cara.
Gula tornou-se a refugiada mais conhecida do mundo depois de aparecer na capa da National Geographic, em junho de 1985, quando tinha apenas 12 anos. Agora, aos 45 anos, Sharbat voltou a ser notícia na mesma revista: depois de ter passado anos como refugiada, esta mulher afegã é, pela primeira vez, dona de uma casa.
O governo afegão decidiu ofererecer a Sharbat Gula uma casa com mais de 200m2, bem como uma pensão de sobrevivência de cerca de 600 euros por mês.
A ‘menina afegã’, como ficou conhecida nos anos 80, recebeu a chave da nova casa no mês passado, numa cerimónia organizada pelas autoridades daquele país. Este acontecimento ocorre três décadas depois de Gula ter pedido o estatudo de refugiada no Paquistão. Depois de ter ficado orfã aos seis anos, no seguimento das invasões soviéticas no Afeganistão, conseguiu fugir para o país vizinho com os irmãos e a avó.
A fotografia de Steve McCurry correu o mundo e fez com que Gula se tornasse um símbolo dos refugiados afegãos. Agora, é vista também como um símbolo, mas daqueles que regressaram a casa após tantos anos de conflito.
Recorde-se que, no ano passado, Sharbat Gula foi detida por usar um documento de identificação falso – uma prática comum entre os mais de um milhão de afegãos que viviam no Paquistão de forma ilegal. Na altura. A mãe de quatro crianças enfrentava uma pena de 14 anos de prisão e uma multa de cerca de 4000 euros. “[O caso de Gula] Tornou-se uma causa nacional” afirmou Najeeb Nangyal, porta-voz do governo afegão. Depoisd e estar detida duas semanas, Gula foi libertada e regressou ao Afeganistão com os seus filhos.