O Bitcoin que tem estado a ser mais falado do que nunca. Mas os problemas em torno destas criptomoedas continuam a aparecer, nomeadamente, o facto de consumir muita energia. De acordo com os últimos dados, minerar a moeda tem estado a consumir mais eletricidade do que alguns países.
A Bitcoin tem vindo a ficar cada mais famosa e o valor da criptomoeda também não para de subir. No entanto, há uma outra questão que está em trajetória ascendente: o consumo de energia causado pela mineração virtual já ultrapassou o consumo de eletricidade de muitos países. Um estudo recente mostra que o consumo de energia já é o equivalente ao que acontece na soma de 20 países europeus.
De acordo com a Power Compare, o volume de eletricidade necessário para se minerar a quantidade de Bitcoins atual já equivale ao consumo de 159 países individuais, incluindo a Irlanda, Croácia, Sérvia, Eslováquia e Islândia.
Na verdade, o consumo atual estimado já equivale a 0,13% das necessidades globais de energia elétrica. Se compararmos estes consumos de energia da criptomoeda a um país, ficamos a saber que estaria em 61º lugar no ranking mundial de consumo de eletricidade.
Além destes dados preocupantes, há ainda o facto de ser esperado que o consumo continue a subir de forma vertiginosa. Por exemplo, em apenas 30 dias, o consumo de energia aumentou 30%.
Para se ter uma ideia mais clara do problema que enfrentamos com esta moeda digital, é preciso entender que a produção da criptomoeda tem estado a consumir tanta energia como a Dinamarca.
Naturalmente, estes dados têm estado a assustar os mais preocupados com a sustentabilidade do mercado de moedas virtuais e da própria sustentabilidade do planeta.
O meteorologista Eric Holthaus deixa claro que, «mantendo esta taxa de crescimento da moeda, no início de 2020 teremos uma rede bitcoin a usar o equivalente a toda a eletricidade disponível em 2017 no mundo. Esta é uma trajetória insustentável».
Muitos já começaram a questionar que soluções poderão existir para travar o que poderia ser «um desastre ambiental impensável». Muitos acreditam que a moeda deixará de ser produzida e apenas continuará a haver transações, o que consome menos energia. Ainda assim é preocupante o facto de estarem a ser produzidas cerca de 3.600 novas moedas todos os dias. E há computadores em todo o mundo a processar as equações necessárias tanto de noite como de dia, o que faz com que seja um consumo de eletricidade que tem de ser travado.
Outro aspeto para o qual muitos têm estado a alertar está relacionado com o facto de o aumento do valor da moeda implicar um aumento proporcional do consumo de mineradores, da mesma fora que o contrário também é verdade. E é neste fluxo que o consumo aumenta ou diminui, respetivamente.
Uma das opções que foram colocadas em cima da mesa para tentar resolver o problema do consumo de energia passa por tentar reestruturar totalmente o processo de mineração da bitcoin, desde as bases. No entanto, a recompensa baixaria e, por isso, a maioria defende que é improvável que aconteça.
Mas porque motivo é tão complicado? Para processar bitcoins é necessário que os computadores estejam sempre a consumir energia. A verdade é que os sites usam a energia dos computadores para ganharem dinheiro sem que os donos saibam.
Alguns sites, como por exemplo o The Pirate Bay, que armazena filmes e músicas piratas, servem como porta de entrada para aceder ao computador dos utilizadores de forma a alimentar as famosas criptomoedas. A ideia passa por essas mesmas páginas terem um código em Javascript que depois é passado para os computadores.
Como funciona?
Falamos de um sistema anónimo e independente das flutuações cambiais. Aliás, é por não deixar qualquer vestígio que esta moeda tem sido utilizada por redes de crime, tanto para branqueamento de capitais como para fraudes. Esta é, aliás, uma das maiores críticas a este sistema. Mas há outras. Para muitos, estes pagamentos são ilegais e existe ainda o problema de o sistema ser vulnerável ao roubo.
A moeda virtual Bitcoin é usada por milhares de sites e até mesmo por várias lojas. É também possível trocar por serviços ou até por divisas.
Para isso, apenas é necessário que seja aceite o princípio da transação virtual.