Qual foi a primeira coisa que quis fazer quando saiu de Belém?
Nada de especial… Ao contrário do que algumas pessoas possam pensar, nós levávamos uma vida bastante normal. Uma vez num programa, uma menina muito pequena perguntou-me se eu vivia no Palácio de Belém. Eu disse-lhe que não, que trabalhava no Palácio, mas que todas as noites ia para minha casa. Perguntei-lhe se ela gostaria de viver no Palácio, esperando que ela dissesse que não, mas ela disse: "Sim!". A pequena gostaria de viver no Palácio! Foi engraçado ver essa diferença de pontos de vista. Para mim, para a minha família, era – e foi – uma vantagem não estar viver no Palácio: conseguimos ter uma vida normal. Normalmente almoçávamos juntos, fora os almoços de trabalho, e muitas vezes conseguíamos beber um chá.
Não se sentiu privada de nada?
Não é uma vida com cortes violentos. A rainha Leticia, por exemplo, queixa-se imenso desse tipo de cortes e eu percebo-a. Um dia, dizia-me: "Maria, agora vais-te embora, não é?"; e eu "vou, sim", e ela "quantos anos estiveste aqui?", e eu "estive dez", e ela vira-se para o marido e diz "Felipe, eu não vou aguentar estes anos todos!" e eu disse-lhe depois "não vai aguentar dez anos, vai aguentar muito mais!". A Leticia não parece estar muito contente com essa perenidade, mas tenho a certeza que o rei Felipe quererá essa perenidade. (risos)
Leia mais na edição do SOL desta semana