No começo da última semana de campanha para as eleições na Catalunha, uma sondagem publicada pelo diário escocês “The National” dá a maioria absoluta aos partidos independentistas com 48,66% dos votos e 68 a 79 lugares no parlamento. O estudo de opinião levado a cabo pela empresa Feedback foi publicado na Escócia para contornar a proibição da lei eleitoral espanhola que impede este tipo de informação desde as zero horas de sábado.
De acordo com esta sondagem, o Ciudadanos será o partido mais votado na eleição do próximo dia 21 de dezembro, numa tendência demonstrada pelos diferentes estudos de opinião dos últimos dias, no entanto, não alcançará votos suficientes para formar governo.
O partido liderado por Inés Arrimadas alcançaria 24,06% dos votos e 32 a 33 lugares no parlamento. Logo a seguir aparece a Esquerda Republicana Catalã (ERC), do vice-presidente destituído Oriol Junqueras, atualmente detido, com 20,89% e 30 deputados. Por fim, a terceira formação com mais intenções de voto é a coligação Juntos pela Catalunha do presidente destituído Carles Puigdemont. Apesar de o seu líder continuar no autoexílio em Bruxelas, tendo feito campanha por videoconferência, surge com 19,49% e a possibilidade de conseguir 28-30 a deputados. Finalmente, a CUP, o outro partido que ajuda a formar o bloco independentista catalão, poderia alcançar 8,50% dos votos e dez lugares no parlamento.
Do lado espanholista, além do Ciudadanos, os socialistas do PSC surgem com 14,33% das intenções de voto e uma bancada que pode ficar entre os 19 e os 20 deputados, ao mesmo tempo em que o Partido Popular se fica pelos 5,65% e apenas seis deputados. Abaixo dos próximos do Podemos que surgem com 7,06% e oito a nove deputados.
A confirmarem-se estes resultados, sai reforçado o campo independentista, mesmo que não tenha o partido mais votados nas eleições. Com esse desenho de maioria no parlamento, o que fará o governo de Mariano Rajoy? Manterá o artigo 155 que suspende as instituições autonómicas? Negociará com os independentistas quando antes não quis? E se negociar, aceitará negociar com aqueles dirigentes que estão detidos ou que fugiram para Bruxelas?
A Feedback vai publicar outra sondagem hoje, outra amanhã e duas na quarta-feira, dia antes do ato eleitoral.