De acordo com a notícia do 'Wall Street Journal', as construtoras aeronáuticas têm estado a discutuir um negócio, segundo o qual haveria um prémio relativamente elevado para a Embraer, avaliada em 3700 milhões de dólares (3117 milhões de euros).
O WSJ revela ainda que contactos entre as empresas estão suspensos , à espera de aval por parte do Governo brasileiro, que tem uma “golden share” no fabricante e lhe dá poder de veto sobre a transação.
A Embraer – terceiro maior fabricante de aviões do mundo – é a jóia da coroa da indústria brasileira e a autorização do executivo presidido por Michel Temer à venda está longe de garantida.
Daí que, segundo o jornal, numa negociação típica para uma fusão, o mais provável é que não haja uma fusão e que é mesmo improvável que se retomem contactos nesse sentido.
Para tentar convencer o governo brasileiro, a Boeing terá anunciado medidas para proteger a marca, a gestão e os 18000 empregos da Embraer.
A notícia da existência de conversações entre as duas partes levou as acções da Embraer a dispararem 21,19% e a suspensão da negociação em bolsa.
Em Portugal, a Embraer detém a OGMA – onde quer investir 14 milhões de euros na modernização das instalações e máquinas –, além de duas fábricas e um centro de engenharia e tecnologia em Évora.
O negócio entre a Boeing e a Embraer, que seria disruptivo na indústria da aviação comercial, surge num altura em que existe um disputa comercial entre os EUA e o Canadá devido a alegados subsídios estatais.
Para além disso, intensifica a rivalidade entre a Boeing e a Airbus. A rival europeia tem planos para ficar com a maioria do capital numa joint-venture com a canadiana Bombardier.