Os trabalhadores dos registos e do notariado iniciaram hoje uma greve que em princípio se prolongará até sábado. A greve está a ter uma adesão de cerca de 90%, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN).
"A greve nas primeiras horas da manhã de hoje teve uma adesão de cerca de 90%, afectando, nomeadamente, os serviços de Lisboa e Porto, que estão praticamente parados", disse o presidente do sindicato à agência Lusa. O sindicato tem cerca de quatro mil membros.
O protesto da estrutural sindical decorre por as reivindicações dos trabalhadores não terem sido incluídas no projeto de revisão das carreiras. "Todas as outras carreiras estão a ser valorizadas e nós não podemos ficar de fora. O avanço faz-se com um salto para a frente. Para o ingresso já foi exigido a 4ª classe, o 6º ano, o 9º ano, o 11º ano e agora tem que ser a licenciatura em Direito!", afirma o sindicato em comunicado.
Entre as reivindicações incluem-se ainda a manutenção da carreira pluricategorial dos oficiais em três categorias e o reconhecimento de que nos dias que correm os oficiais dos Registos têm desempanhado tarefas com o "grau de complexidade funcional 3", substituindo os conservadores. O sindicato acrescentou ainda que há décadas que existem Conservatórias a serem chefiadas por oficiais dos registos, exigindo, assim, o reconhecimento por essas mesmas competências.
O Sindicato relembrou ainda que na agenda sindical se encontram outros temas que considera essenciais, como as condições de trabalho, a abertura de concursos, o fim das mobilidades e a integração dos trabalhadores do notariado e adjuntos nas carreiras.
Os serviços de registo e notariado encontram-se a funcionar com serviços mínimos, salvaguardando os testamentos e os casamentos em caso de morte iminente de um dos membros do casal.
No início de dezembro o sindicato tinha desconvocado uma greve às ordens extraordinárias e uma manifestação depois de entrado em negociações com o Ministério da Justiça. As negociações tinham, entretando, resultado em alguns pré-acordos, mas a recusa do Ministério em incluir as reivindicações dos trabalhadores no projeto de revisão das carreiras levou a estrutura sindical a avançar com a greve.