A rede social Twitter bloqueou ontem a conta do partido de extrema-direita grego Aurora Dourada. O bloqueio foi uma consequência das novas regras implementadas pela plataforma digital contra discursos de ódio e de racismo, apesar dos responsáveis pelo Twitter não o terem justificado.
Onde antes se podia aceder à página do Aurora Dourada pode-se agora ler que "esta conta foi suspensa".
Em resposta à ação da rede social, o partido de extrema-direita respondeu que "depois do Facebook… Instragram e todos os media corruptos, chegou a vez do Twitter de atacar o partido de uma forma vulgar".
Em julgamento
Recorde-se que todos os parlamentares eleitos antes de 2013 pelo Aurora Dourada estão a ser julgados por participação numa "organização criminosa" e por agressões a militantes de esquerda e imigrantes, o que tem dado ao julgamento caraterísticas únicas. O caso tem vindo a revelar diversos métodos de organização e atuação de um dos principais partidos de extrema-direita na Europa, bem como as suas ligações ao crime organizado e às forças policiais gregas.
Com o advento da crise económica, o partido conseguiu catapultar-se para o panorama político grego, elegendo 19 deputados e tornando-se na terceira força política no país, apesar das constantes suspeitas de associação a atividades criminosas desde 1988.
O Aurora Dourada tem mais de 500 mil apoiantes no país e relações com diversos outros partidos de extrema-direita europeia e norte-americana, sendo visto como uma das principais fontes de inspiração para os seus congéneres. Segundo as mais recentes sondagens na Grécia, o partido tem-se mantido eleitoralmente estável, granjeando o apoio de 6,8% do eleitorado.
O assassinato de Pavlo Fyssas em setembro de 2013, em Keratsini, Atenas, levou o poder político e judicial a atuarem contra a organização.