Luís Amado e António Mexia são os nomes propostos para chairman e para presidente executivo no próximo mandato da EDP para o período 2018/2020. A proposta para a nova composição dos órgãos sociais vai ser votada na próxima assembleia-geral (AG) agendada para 5 de abril pela China Three Gorges (que detém 21,35% do capital da elétrica), Oppidum Capital, Senfora, Fundo de Pensões do Grupo Millennium BCP e Sonatrach.
Estas alterações decorrem do facto de o mandato dos atuais membros do conselho de administração executivo da EDP ter terminado a 31 de dezembro e, como tal, é necessário eleger novos elementos.
O conselho conta com nove elementos, sendo que Manso Neto continua a ser proposto para números dois de António Mexia. António Fernando Melo Martins da Costa, João Manuel Marques da Cruz, Miguel Stilwell de Andrade, Miguel Nuno Ferreira Setas, Rui Lopes Teixeira, Maria Teresa Isabel Pereira e Vera Pinto Pereira completam a lista que passa a contar com uma presença feminina.
Este será o quinto mandado de Mexia à frente da EDP – entrou em 2006 – apesar de ter sido colocada em causa a sua continuidade depois de ter sido constituído arguido na investigação do Ministério Público aos contratos entre o Estado e a EDP sobre rendas garantidas (os chamados CMEC), juntamente com Manso Neto. No entanto, a China Three Gorges sempre reiterou “total confiança” em António Mexia.
Tensão com governo
Também a relação entre o presidente da elétrica e o governo tem sido tensa com o primeiro-ministro a voltar a usar a palavra “hostil” para classificar a atuação da empresa liderada por António Mexia depois da elétrica ter recusado pagar a contribuição extraordinária sobre energia de 2017, no valor de 69 milhões de euros, taxa que também não será paga este ano. Esta tensão não é de agora, mas ganhou novos contornos a 29 de dezembro, após a EDP ter anunciado o aumento da luz em 2,5% para os clientes do mercado livre a partir de 18 de janeiro. Nesse mesmo dia, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) aconselhou os consumidores a consultar e comparar valores, usando os simuladores disponíveis, e a mudar para a oferta com condições de preço mais adequadas ao seu consumo.
No dia seguinte foi a vez de o governo pedir à entidade reguladora para fazer uma “análise e eventual proposta de atuação no caso de a situação referida corresponder a alguma ação concertada”, admitindo a possibilidade de proceder à revisão de normas legais ou regulamentares no sentido de os consumidores poderem beneficiar da descida das tarifas aprovadas para o próximo ano.
Já Luís Amado, antigo ministro de Sócrates, é proposto para as funções de chairman, em substituição de Eduardo Catroga. É acompanhado por Celeste Cardona, Ilídio Pinto, Jorge Braga de Macedo, Vasco Joaquim Rocha Vieira, Augusto Mateus, João Carvalho das Neves, e António Vitorino.