A greve das trabalhadoras das cantinas levou ao encerramento das mesmas em mais de 80 escolas no Centro do país. Em Coimbra, cerca de 80% das escolas viram as suas cantinas encerradas e em Viseu a adesão chegou aos 70%.
Os trabalhadores exigem um aumento salarial, mas também o incumprimento do caderno de encargos praticado entre a empresa Indústria e Comércio Alimentar e a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares. Existem relatos de falta de trabalhadores, de produtos e de pressões para aumentar os ritmos de trabalho, bem como de violação da categoria profissional das cozinheiras.
O Sindicato da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro organizou hoje uma concentração em frente à escola D. Maria II, em Coimbra. O dirigente sindical António Baião afirmou à Lusa que "50% dos refeitórios estão encerrados" em consequência da greve.
Baião referiu ainda que as trabalhadoras têm contratos com o tempo definido de nove meses, para além de as trabalhadoras com horário de trabalho reduzido serem "subcontratadas por uma empresa de trabalho temporário". Para o dirigente sindical, esta situação obriga à intervenção do Estado. "O Estado não se pode demitir do seu papel fiscalizador", afirmou.
A empresa Indústria e Comércio Alimentar garante a gestão e funcionamento dos refeitórios de 174 escolas do Centro do país. A concessão manter-se-à até 2020/2021.