Quatro dias depois de ter começado a competir na 40.ª edição do Dakar, prova que este ano se disputa na Argentina, Peru e Bolívia, o piloto português André Villas-Boas e o seu co-piloto, Rúben Faria, foram forçados a abandonar a competição.
Na origem da despedida está um acidente sofrido esta terça-feira na fase final da quarta etapa da competição, que obrigou inclusivamente o técnico, que deixou o comando dos chineses do Shanghai SIPG em novembro, a ter que deslocar-se ao hospital para realizar exames médicos.
De acordo com o diretor da equipa, Jean-Marc Fortin, a frente do Toyota, carro em que seguiam os dois portugueses, terá embatido numa duna durante a travessia do deserto de San Juan Marcona, num choque que impossibilitou a continuação da prova. “Ao subir uma duna, o carro saiu projetado alguns metros e caiu de frente. O André foi levado par o hospital com uma lesão nas costas”, explicou.. “É uma pena, especialmente porque o André estava a fazer uma estreia muito boa”, adiantou. Apesar de primeiramente o cenário de desistência ter sido descartado por Fortin, o adeus de Villas-Boas na mais importante prova do calendário de todo-o-terreno mundial acabaria por confirmar-se.
Após o nome do antigo técnico do FC Porto aparecer na lista de desistências do site oficial do Dakar2018, foi o próprio, instantes depois, a comunicar que tudo não passou de um susto. “Apenas para dizer a todos que eu e o Rúben estamos bem e de volta ao bivouac [acampamento]. Saltámos de uma duna e aterrámos a bater com a frente do carro. Infelizmente, o Dakar terminou para nós.
A sorte será melhor para a próxima. Obrigado a todos pelas mensagens de apoio”, escreveu o portuense nas redes sociais, depois de a sua equipa ter emitido um comunicado a adiantar que “os exames não revelaram qualquer fratura”. Recorde-se que Villas-Boas já tinha partilhado a sua ambição de participar nesta prova, que descreveu com um “sonho” seu. “Fazer o Dakar era uma ambição que tinha há muito tempo. O Dakar é um dos ralis mais difíceis do mundo. Os números batiam todos certos, eu tenho 40 anos e é a 40ª edição e o meu tio [Pedro Villas-Boas] fez o Dakar com 40 anos”, havia comentado.
No fim da terceira etapa, disputada na segunda-feira, Villas-Boas ocupava o 43.º lugar da tabela geral.
Apenas um português em prova
Com a saída de cena de Villas-Boas e Rúben Faria, a comitiva portuguesa no Dakar2018 está reduzida a um nome. Antes, já Joaquim Rodrigues, nas motas, e Pedro de Mello Breyner, na categoria SSV, tinham abandonado a prova. Por sua vez, o motard português Paulo Gonçalves, uma das maiores esperanças nacionais na competição, bem como Mário Patrão foram duas baixas confirmadas ainda antes do arranque da prova.
As esperanças estão agora concentradas em Carlos Sousa (Renault), piloto que durante o dia de ontem se encontrava “parado numa zona de dunas, apenas com tração traseira no Duster, e em dificuldades para progredir no terreno”, de acordo com informações publicadas na página oficial do piloto no Facebook.