Do PSD para o país

«O PSD é um partido de poder, não é muleta de poder». Rui Rio

Finalmente acabou a campanha para a eleição do novo presidente do PPD/PSD.
Foram mais de três meses de campanha, com vários acontecimentos nacionais e internacionais. E com a ocorrência de factos que, somados, contribuíram para a sua perda de visibilidade mediática. 

Entre esses factos contam-se a prolongada negociação, discussão e votação do Orçamento do Estado para 2018. O rescaldo político-mediático da última vaga de incêndios catastróficos. A discussão à volta da eleição do ministro português das Finanças para presidente do Eurogrupo. Ou a refrega desportiva à volta das controvérsias do correio eletrónico de alguns dos principais clubes de futebol. Para além de todas estas e outras coisas, tivemos ainda o ‘tempo’ do Natal e o ‘tempo’ do novo ano. 

Dizem alguns adversários do PSD e alguns cultores da análise e do comentário político-mediático que esta campanha foi morna. Que não se discutiram grandes ideias e projetos. E que foi uma campanha que quase não se viu. 

Apesar de perceber o que pretendem com tais afirmações, não concordo — sobretudo com o essencial do seu significado e alcance. É verdade que esta campanha não teve o sal, a pimenta, e o piripiri que teve, por exemplo, a do PS, quando o país assistiu a uma refrega política e pessoal entre António José Seguro e António Costa. Quem não se lembra do que diariamente disseram um do outro? Quem não se lembra da violência verbal, das ofensas pessoais, das insinuações que proferiram e que tanto mediatizaram essas campanhas internas do PS? 

Ora, justiça seja feita a Rui Rio e a Pedro Santana Lopes que, salvo umas picardias mais acesas, contribuíram para uma campanha em que a preservação da imagem externa do PSD foi uma prioridade. 

Rui Rio afirmou-o várias vezes, interna e externamente. E foi um elemento agregador e impulsionador para que tal acontecesse do principio ao fim. Fiel ao seu percurso de vida em termos de servidor público, em termos políticos e até profissionais, familiares e pessoais, Rui Rio deu mostras de um grande sentido de Estado e de serviço ao PSD. Aliás, como atesta o seu currículo político e não político. 

É, pois, desejável que o dia 13 de Janeiro de 2018 seja um dia de mudança. De mudança para o PSD com um novo líder. Com um novo estilo. Com ambição reforçada. Assumindo-se como um partido político mais forte e liderante. Um partido político que se reencontre melhor com a sua matriz ideológica. Um partido que se assuma, cada vez mais, pela positiva, como uma alternativa credível, combativa, esclarecida e mobilizadora, em contraponto com a atual governação do PS e da chamada ‘geringonça’. 

O país precisa de um PSD que o entenda e não que esteja zangado com ele. E o PSD quer o Portugal que funciona e que faz coisas bem feitas (e que muitas vezes tem dificuldade em se dar a conhecer nos media em geral). Quer o Portugal que enfrenta dificuldades, que precisa de soluções reformistas, moderadas e de bom senso, para vencer obstáculos e dificuldades. 

Hoje é, pois, um dia em que os militantes do PSD com capacidade eleitoral devem, em consciência, votar com o objetivo de eleger aquele que está em melhores condições para ser candidato a primeiro-ministro e para derrotar António Costa, o PS e a ‘geringonça’. 

O PSD tem nos próximos dois anos de escolher os melhores, mais bem preparados, não só com notoriedade mas sobretudo com muita credibilidade e reconhecimento para protagonizarem no seu interior e na sociedade portuguesa um projeto sólido para Portugal na próxima década. Sendo tal projeto uma espécie de contrato político-económico, social e cultural com o país, por forma a marcar bem as diferenças — não só pela negativa, mas sobretudo pela positiva — em relação à atual governação socialista e da extrema-esquerda caviar e panfletária.

olharaocentro@sol.pt

Conveniente

Luís Delgado
É de elementar justiça e conveniência que se destaque muito pela positiva Luís Delgado, pela coragem e determinação de constituir um novo grupo de media em Portugal. Ao comprar uma dúzia de títulos à Impresa, contra a corrente dos que desinvestem no setor, dá um excelente contributo para a qualidade da democracia. A sua entrevista a um jornal diário do passado fim de semana, deveria ser de leitura obrigatória para os amantes da liberdade de opinião e de informação.

Inconveniente

O PSD e a imigração
O Parlamento voltou a discutir durante esta última semana a chamada ‘Lei da Imigração’. Discussão e debate levados pelo PSD. Foi uma precipitação. Não se justificava. Aliás, conforme fundamentei nos últimos meses, a iniciativa revelou-se política e juridicamente ao arrepio do trabalho positivo que o PSD fez nestas matérias em sucessivos governos.