O aumento da receita com impostos e a menor despesas com juros justificam a previsão da entidade liderada por Teodora Cardoso, que, no entanto, alerta para o possível impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que ainda está a ser avaliado pelas autoridades portuguesa e da União Europeia (UE). O governo discorda de qualquer registo no défice, contrariando a primeira avaliação feita pelo Eurostat.
Para além disso, sustenta o CFP, o montante em concreto do défice do conjunto do ano, "só poderá ser estimado com mais precisão uma vez clarificada a incerteza ainda existente quanto ao impacto orçamental do apoio financeiro do Estado aos lesados do BES/GES, bem como em relação à classificação em contas nacionais de despesas relacionadas com os incêndios florestais".
No relatório 'Evolução orçamental até ao final do terceiro trimestre de 2017', divulgado ontem, o CFP tem em consideração os resultados dos primeiros nove meses do ano (divulgados pelo INE) e a informação já conhecida sobre os últimos três meses do ano passado para prever "um défice interior a 1,4% do PIB no conjunto de 2017".
O organismo revela ainda dois recordes nos primeiros nove meses do ano: o maior excedente trimestral desde 1995 e, entre janeiro e setembro, o maior excedente primário também desde que há registos.