Indústria automóvel em Portugal representa quase 6% do PIB

Portugal distingue-se por ter mão de obra qualificada a custo competitivo e pela capacidade de produção flexível.

O cluster da indústria automóvel representa 5,6%, do PIB de Portugal, resultado dos quase 11 mil milhões de euros de volume de negócios em 2016 das mais de 900 empresas que compõem o setor no país. 

Um estudo inédito, realizado pela Deloitte para a Mobinov – Associação do Cluster Automóvel – e apresentado ontem, revela também que o setor representa 20% das exportações de bens transacionáveis, 18% do investimento e 27% dos empregos gerados na indústria transformadora nos últimos cinco anos. No total, o cluster emprega perto de 130 mil pessoas. 

Em Portugal há cinco fábricas de automóveis (Autoeuropa; PSA Peugeot-Citroën; Mitsubishi Fuso Trucks; Toyota Caetano e Caetano Bus) com um total de mais de 5000 trabalhadores. Em 2016 foram produzidos em Portugal 143.481 veículos  automóveis, sendo 95% destinados à exportação. No contexto europeu Portugal ocupa a 15.ª posição, com um peso relativo de produção de quase  0,7% no total.

De acordo com o estudo, os números da produção anual perspetivam que, até 2020, o número de veículos produzidos em Portugal cresça mais de 100%, para as 300 mil unidades. 

A produção do modelo T-Roc (na VW Autoeuropa), do K9 (na PSA Mangualde), do eCanter, – o primeiro camião 100% elétrico Mitsubishi Fuso Trucks – e, ainda, do aumento de veículos “verdes” na Caetano Bus serão os alicerces do crescimento. 

O estudo prevê que este aumento da produção levará o cluster – que envolve fabricantes de componentes, empresas de transformação a acessórios e outros fornecedores – a um crescimento sustentado. 

Características

Portugal distingue-se na produção automóvel por ter uma mão de obra qualificada e a um custo competitivo, pela componente exportadora das empresas e capacidade de produção flexível. 

O nível de de qualidade, o grau de inovação da engenharia e aposta contínua na formação e valorização dos Recursos Humanos são outras características. 

Para além disso, há no país ambiente favorável para testar soluções tecnológicas e de mercado que, no futuro, passarão por uma evolução do carro de um produto para um serviço, com base na conetitividade e utilização partilhada. 
Segundo o estudo da Mobinov, até 2020, 92 milhões de veículos serão conectados com sistemas dinâmicos de comunicação móvel e, até 2021, 35 milhões de condutores em todo o mundo usarão sistemas de “carsharing”.