Os Estados Unidos irão manter uma presença declarada na Síria para assegurarem a derrota do auto-proclamado Estado Islâmico, bem como para se contrapor à influência iraniana no país, onde o Hezbollah, um dos seus principais aliados, entrou no conflito ao lado do regime de Bashar Al-Assad.
"Vamos ser claros: os Estados Unidos vão manter a sua presença militar na Síria para garantir que [o Estado Islâmico] não consegue re-emergir", disse Rex Tillerson, secretário de Estado norte-americano.
Neste momento, os Estados Unidos mantêm uma força de dois mil militares no terreno, principalmente em operações de treino de forças militares curdas. De acordo com Tillerson, o presidente Donald Trump "não pretende cometer os mesmos erros" que o presidente Barack Obama cometeu em 2011. O responsável pela diplomacia dos Estados Unidos não especificou quais os erros cometidos, mas pode-se presumir que seja o de não ter intervido na guerra civil síria.
Por seu lado, a Turquia, aliado dos Estados Unidos e o Estado com o segundo maior exército da NATO, acusou a administração Trump de enviar sinais confusos. "Responsáveis norte-americanos têm feito declarações que se refutam umas às outras", disse o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim. "Num dia é dito que uma força de fronteira foi constituída, noutro dia dizem que estão a criar uma unidade com forças locais para manterem a segurança na região depois de se eliminar o Daesh [Estado Islâmico] na região. São todas declarações confusas", explicou.
O secretário de Estado já veio a terreiro explicar a confusão, atribuindo as responsabilidades aos responsáveis da sua diplomacia, afirmando que foram mal compreendidos no que à criação de uma força de fronteira composta por 30 mil militares para o norte da Síria. Para Tillerson, os Estados Unidos não estão a criar uma nova força, mas sim a tentar garantir que os combatentes locais são capazes de proteger as zonas libertadas do Estado Islâmico.
Independentemente da constituição da força, Tillerson afirmou que os Estados Unidos vão manter as suas forças no terreno não apenas para combater o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, mas também o Irão.
Já o governo sírio afirmou que a presença continuada de forças norte-americanas em território soberano sírio é "uma violação flagrante do direito internacional e uma agressão contra a soberania nacional".