O juiz desembargador Pedro Cunha Lopes, que fez parte de coletivos como o que julgou o caso BPN/Homeland, passou ontem pela sala onde está a decorrer o julgamento do chamado caso Fizz, o que irritou a defesa do arguido Paulo Blanco.
O magistrado do Tribunal da Relação de Guimarães esteve menos de dez minutos sentado junto aos advogados, uma vez que não havia lugar na assistência. Perante a situação, enquanto o antigo procurador Orlando Figueira continuava a depor, o advogado João Correia, que representa Paulo Blanco, pediu ao coletivo que explicasse o porquê da presença “do cavalheiro”, questionando mesmo quem era o magistrado, uma vez que não o conhecia.
O comentário do advogado gerou alguma tensão na sala, com o juiz desembargador Cunha Lopes a responder: “Olhe que eu conheço-o muito bem”.
Nesse momento, o coletivo presidido pelo juiz Alfredo Costa pediu para que as palavras cruzadas terminassem e esclareceu que se tratava de um magistrado judicial que queria assistir a parte da sessão e que, não tendo lugar na audiência, se sentou junto aos advogados.
Minutos após o incidente, o juiz Cunha Lopes abandonou a sala.
No final da audiência, que é pública e aberta a qualquer cidadão, a presença do magistrado foi criticada pelo advogado que defende Paulo Blanco, João Correia.
“Tentou incomodar-me com um olhar violento, mas não me intimidei”, disse João Correia.
Paulo Blanco tem um novo advogado Ontem ficou a saber-se que Fernando Seara, até aqui testemunha arrolada pelo antigo advogado do Estado angolano, deixará essa condição e passará a advogado.
O primeiro sinal dessa alteração foi a presença de Seara na parte da tarde da audiência, tendo o advogado mais tarde confirmado aos jornalistas que vai deixar de ser testemunha.
O atual advogado de Paulo Blanco, João Correia, é sócio de Fernando Seara.