No final de 2017 o BNDES suspendeu projetos em Angola relacionados a empresas investigadas na Operação Lava Jato.
O presidente de Angola reuniu com o homólogo do Brasil durante Fórum Económico Mundial e indicou que enviará a Brasília uma delegação para negociar a retoma do processo.
“O ministro das Finanças de Angola [Archer Mangueira] deve chegar a Brasília dentro de dois ou três dias para, a esse nível, de ministros, começarem a trabalhar no sentido da retomada da linha de financiamento do Brasil, que é suportada pelo BNDES”, disse João Lourenço, após o encontro em Davos com Michel Temer.
O BNDES é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e a sua atuação em Angola está muito ligada ao financiamento de longo prazo e investimento em vários setores da economia angolana, com destaque para a construção das barragens hidroelétricas de Capanda e Lauca, no rio Kwanza.
À margem do Fórum João Lourenço sublinhou a importância das relações entre Angola e o Brasil e manifestou a que teria preferência para que a Odebrecht retomasse seus negócios na economia africana.
“A nossa prioridade é financiar as obras públicas de grande envergadura, em construção e barragens”, disse. “Se puder ser com a Odebrecht, tudo bem. Se não puder, que venham outras”, afirmou João Lourenço.
Angola a maior devedora do BNDES, e à imprensa brasileira, o presidente angolano garantiu que não existe risco de calote por parte das autoridades angolanas. Eleito em agosto, João Lourenço anunciou um pacote de renegociação da dívida.
Entre 2002 e 2016, o BNDES financiou em quatro mil milhões de dólares o país africano, a maioria para projetos da Odebrecht.