Ninguém diria, a olhar para o cenário atual, que ainda em outubro Zinedine Zidane foi eleito pela FIFA como o melhor treinador do mundo em 2017. O prémio era perfeitamente justificado: afinal de contas, coroou o trabalho do francês, que havia conquistado a Liga espanhola, a Liga dos Campeões (segunda consecutiva), a Supertaça espanhola e a Supertaça europeia – e acabaria o ano a vencer também o Mundial de clubes pelo segundo ano seguido.
Era o mundo ideal para Zidane. O problema é que a temporada 2017/18 rapidamente se transformou num filme de terror para o Real Madrid, que à quinta jornada era oitavo, já a sete pontos do Barcelona. Derrotas com Levante e Girona e empates com os dois Atléticos (Madrid e Bilbau) deixaram os merengues a 11 pontos dos blaugrana antes do clássico dos clássicos no Santiago Bernabéu – ganho estrondosamente pelo Barça (3-0).
Daí para cá, a situação só piorou para o Real, que entretanto somou mais duas derrotas em casa: com o Villarreal, para o campeonato, e agora frente ao modesto Leganés, que ditou a eliminação nos quartos-de-final da Taça do Rei – os merengues até tinham ganho fora na primeira mão (1-0), o que levou Zidane a prescindir das maiores figuras da equipa para o segundo jogo (Cristiano Ronaldo, Marcelo, Kroos ou Bale). Correu mal: os visitantes venceram por 2-1 e o Real, ainda em janeiro, já só tem como objetivo tentar a terceira Liga dos Campeões seguida.
É nesta conjuntura de pesadelo que os merengues se deslocam este sábado ao reduto do Valência, um dos mais complicados do campeonato. Os ‘che’ têm feito uma prova muito positiva, como atesta o atual terceiro lugar (cinco pontos à frente do Real), mas somam duas derrotas consecutivas – embora a última, frente ao Alavés para a Taça, tenha acabado com o apuramento conquistado após o desempate por grandes penalidades. O conjunto onde alinham Rúben Vezo e Gonçalo Guedes está apenas a três pontos do vice-líder Atlético de Madrid e também não enjeitará a possibilidade de dilatar a vantagem pontual para com o Real Madrid – que tem de se preocupar ainda com o Villarreal e o Sevilha, se quer manter o lugar de acesso à Liga dos Campeões. Espera-se vida difícil para Ronaldo e companhia.
Itália a borbulhar
Na Serie A italiana, o líder Nápoles recebe o tranquilo Bolonha (12º), enquanto a Juventus se desloca a Verona para defrontar o Chievo (13º), num dos poucos redutos onde os napolitanos travaram (0-0 em novembro). Escaldante será mesmo o AC Milan-Lazio: os rossoneri de André Silva parecem estar a recuperar aos poucos sob o comando de Gennaro Gattuso e já só estão a três pontos dos lugares europeus, mas os laziale estão a fazer uma grande época (terceiros classificados) e contam com um Nani a subir de forma – soma dois jogos consecutivos a marcar.
Destaque ainda para a deslocação do Inter de Milão, de João Cancelo e já sem João Mário (vai ser emprestado aoWest Ham), ao terreno do modesto SPAL, onde tentará pôr fim a uma série de oito jogos sem vitórias, e também ao embate entre Roma e Sampdoria, duas equipas com ambições europeias.
Em Inglaterra, o campeonato dá lugar à Taça. O sorteio dos 16-avos-de-final ditou uma viagem do Manchester United de José Mourinho ao terreno do Yeovil Town, um dos últimos classificados do quarto escalão. Já o City, de Pep Guardiola e Bernardo Silva, vai ao terreno do secundário Cardiff, enquanto o Swansea, orientado por Carlos Carvalhal, visita o Notts County, segundo classificado da League Two.