A Gant, uma multinacional sueca, recusou todas as soluções que lhe foram apresentadas para garantir a viabilidade do Grupo Ricon, que possui duas fábricas em Vila Nova de Famalicão. Assim, 580 trabalhadores poderão ser despedidos, sendo que 20 pertencem à rede de retalho e 380 às fábricas.
No relatório redigido pelo administrador de insolvência nomeado pelo Tribunal de Famalicão, Pedro Pidwell, a que o Jornal de Notícias/Dinheiro Vivo tiveram acesso, pode ler-se que o grupo "terá de encerrar e despedir todos os trabalhadores", incluindo a sua rede de retalho, que perfaz cerca de 20 lojas, em consequência do fim da parceria com a Gant. Assim, o Grupo Ricon torna-se "economicamente inviável e vazio de objeto".
No mesmo documento, Pedro Pidwell afirma que a multinacional sueca "declinou todos os 'ângulos de entrada' que lhe foram apresentados", tanto pela administração do grupo como pelo próprio administrador nomeado. Entre esses "ângulos de entrada" encontravam-se a possibilidades de reestruturação da empresa e a entrada direta na operação, tanto pela adesão de investidores externos como por via da reestruturação da dívida.
Com este desfecho, o administrador avançará com a proposta de "liquidação do acervo patrimonial" em hasta pública. De acordo com o Jornal de Notícias/Dinheiro Vivo, a primeira assembleia de credores será já amanhã. Os valores reclamados são superiores a 32 milhões de euros.