Filho de Luís Filipe Vieira nega dívida fiscal

Tiago Vieira diz não estar envolvido no caso.

Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, negou a dívida fiscal em causa no caso Lex.

Em comunicado, o filho do presidente do Benfica refere que o processo “diz respeito ao IRS” do pai relativo ao ano fiscal de 2010 e que se trata de um “contencioso sobre uma verba que foi integralmente paga” pelo mesmo.

De acordo com o Correio da Manhã, Luís Filipe Vieira terá pedido a Rui Rangel que intercedesse junto de outros juízes para resolver uma dívida fiscal do filho a troco de cargos remunerados no Benfica. A dívida de Tiago Vieira era de 1,5 milhões de euros.

O presidente do clube terá prometido a Rangel a presidência da Fundação Benfica e um cargo na direção da universidade criada pelo clube no Seixal.

Há agora 12 arguidos no caso Lex, cinco dos quais foram detidos. Entre os detidos encontram-se o advogado José Bernardo Santos Martins e um filho seu, supeitos de terem contas bancárias por onde circulariam os pagamentos feitos a Rui Rangel, um funcionário judicial do Tribunal da Relação de Lisboa próximo do juiz Rangel e o benfiquista, Octávio Correia.

Apesar de o Benfica negar que Luís Filipe Vieira seja um dos arguidos, a Procuradoria-Geral da República confirmou que o presidente benfiquista está entre os 12 arguidos.

As buscas e os documentos

Às 8h30 de terça-feira, os carros da PJ começaram a chegar a Oeiras, ao condomínio onde vivem Paulo Rangel e Luís Filipe Vieira. Ao mesmo tempo, outros se aproximavam do Tribunal da Relação de Lisboa e da SAD do Benfica.
Logo nas primeiras horas do dia, as notícias iam dando conta de algumas detenções e da constituição de arguidos. 
Enquanto isso continuavam a decorrer os trabalhos, e só para varrer as casas do juiz e do presidente do Benfica, as autoridades precisaram de oito horas. Já a operação na SAD do Benfica durou até ao final do dia. De Oeiras, os investigadores levaram diversos meios de prova, computadores e malas com documentos que contêm informação relevante para a investigação em curso no Supremo Tribunal de Justiça.

Detidos e outros arguidos 

Ao final do dia, o balanço oficial deu conta de cinco detidos. Segundo a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, são “quatro homens e uma mulher, sendo dois advogados, e um terceiro oficial de justiça”.

Um dos detidos é o advogado José Santos Martins, outro o seu filho, de 23 anos. Ambos são suspeitos de serem testas-de-ferro de Rui Rangel e de guardarem nas suas contas milhares de euros que, na verdade, pertenceriam ao magistrado.
Quanto aos seis arguidos que não foram detidos, a PGR esclarece que estão entre eles “dois juízes desembargadores”, ou seja Rui Rangel e Fátima Galante, e um “dirigente desportivo” – Luís Filipe Vieira. Os detidos aguardarão pelo primeiro interrogatório judicial, que será feito pelo juiz conselheiro Souto Moura, que neste caso desempenha as funções de juiz de instrução, no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária. Rui Rangel, a ex-mulher, Vieira e outros três arguidos aguardarão em liberdade.

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