O único membro sobrevivente da célula terrorista dos ataques de Novembro de 2015 em Paris começou a ser julgado hoje pelos tribunais belgas. Questionando pelo juiz, Salah Abdeslam recusou prestar declarações. Desde que foi detido que se tem recusado a colaborar com as investigações e, agora, com o tribunal.
"Não pretendo responder a quaisquer perguntas", disse Salah, já na sala do julgamento, depois do juiz presidente, Marie-France Keutgen, lhe ter pedido para confirmar a sua identidade. "O meu silêncio não faz de mim um criminoso, é a minha defesa", complementou. O arguido também recusou que o fotografassem ou filmassem.
O julgamento, que começou hoje mas que se durará até sexta-feira, requereu um vasto dispositivo de segurança. O arguido é acusado de "tentativa de homicídio de diversos agentes policiais" e "porte de arma ilegal" num "contexto terrorista". A pena pelos crimes pode chegar aos 40 anos de prisão efetiva.
Apesar de Salah Abdeslam ser a figura central do tribunal, o julgamento começou com o interrogatório de Sofiane Ayari, tunisino de 24 anos também envolvido nos atentados. Ao contrário de Salah, Sofiane aceitou responder a algumas questões sobre a sua identidade, escolarização, envolvimento religioso, afirmando ainda que não se considera "um radical" religioso. Não obstante, o tunisino recusou responder se apoia ou rejeita os atentados terroristas como forma de expressão política e assegurou que não viu Salah a disparar qualquer arma.