Merkel admite “compromissos dolorosos” para alcançar coligação

Schulz mostra-se confiante num possível acordo

Há meses que a Alemanha assiste a movimentações para se formar um novo governo. Antes, foi a tentativa de Angela Merkel em formar a coligação "jamaica" com os Liberais, Verdes e CSU. Agora, são as negociações entre a CDU-CSU e o SPD, liderado por Martin Schulz. 

Antes de uma nova reunião de negociações começar na sede da União Democrata Cristã (CDU), a chanceler alemã disse estar disposta a assinar um acordo se este for em benefício da Alemanha, ao mesmo tempo que enviou um recado às equipas de negociações: não se percam em "pequenas questões ou pormenores". 

Ora, em beneficio da Alemanha, Merkel defendeu ainda que em momentos de grandes dificuldades os grandes partidos têm de saber oferecer "confiança" e atuar em conformidade para garantirem um futuro à população e ao país, abrindo a porta às suas próximas palavras. "Devemos todos assumir compromissos dolorosos e estou disposta a isso se pudermos garantir que as vantagens predominam sobre as desvantagens", afirmou. 

Por sua vez, o líder dos sociais-democratas alemães, que chegou pouco antes de Merkel, mostrou-se mais confiante, não referindo a necessidade de quaisquer sacrifícios. "Estamos em tempo de descontos, porque, no calendário oficial, previa-se fechar o acordo no domingo. Tenho bons motivos para supor que hoje chegaremos ao final, espero que com um espírito positivo e com benefícios para o nosso país". 

Para Schulz as negociações têm durado mais que o esperado por os sociais-democratas estarem a defender o que consideram correto, como o fim dos "injustificados contratos laborais temporários" e garantias de igualdade em seguros de tratamento, tanto no público como no privado. 

Mesmo que as duas forças políticas cheguem a acordo nos próximos dias, os 440 mil militantes do SPD terão de referendar o documento numa consulta vinculativa. Caso seja aprovado, então Merkel poderá iniciar o seu quarto mandato como líder da Alemanha.