«O poder desgasta, mas desgasta sobretudo quem não o tem».
Giulio Andreoti
Numa Europa e num mundo cada vez mais abertos à circulação de pessoas, de capitais e de empresas, assume progressivamente maior relevância, em países como o nosso, a atratividade económica e turística.
Portugal tem na sua diáspora uma mais-valia inestimável para a afirmação cultural, política, social e económica no mundo. É bom ter presente que um terço dos portugueses vive atualmente fora de Portugal. São mais de cinco milhões espalhados por quase 140 países de vários continentes. Que, para além de promotores da nossa língua e da nossa cultura, constituem um mercado muito importante para as empresas portuguesas em várias áreas.
Uma dessas áreas é o setor alimentar e de bebidas. Um setor em que temos excelentes produtos, muito diversificados (desde as frutas, o pescado, os vinhos, as carnes, os enchidos, os queijos e toda uma panóplia de grande qualidade). Produtos portugueses que, durante muito tempo, não tiveram uma estratégia global, concertada, para a sua divulgação e promoção nos muitos países de acolhimento de portugueses de primeiras, segundas e terceiras gerações.
Por tudo isto, é da mais elementar justiça destacar pela positiva o SISAB Portugal de 2018 (o Salão Internacional do Setor Alimentar e de Bebidas), que irá decorrer entre os dias 12 e 14 de Fevereiro. Uma edição de um evento fundamental para a divulgação e promoção de produtos portugueses, enquanto «plataforma de negócios que traz a Portugal compradores internacionais verdadeiramente interessados em conhecer os produtos e as marcas exclusivamente portuguesas, oriundos de mercados que mais os valorizam».
Quem já o visitou em várias edições conhece a sua idealização, há cerca de trinta e três anos (em 1985), como exposição internacional exclusivamente destinada à exportação do melhor que Portugal tem (as suas melhores marcas e empresas). Que enfrentou durante muito tempo boicotes, e poucos ou nenhuns apoios teve de entidades oficiais. Assim, é digno de registo positivo – afirmando-se como um evento único para a nossa diáspora, para a própria lusofonia, para o chamado ‘mercado da saudade’, tudo adaptado a um mundo cada vez mais aberto, dinâmico e apostado na qualidade dos produtos deste segmento alimentar.
Não existe evento em Portugal como este. Exclusivamente para produtos e marcas portuguesas. Têm sido mais de 1700 os compradores internacionais, vindos de várias geografias, concretamente de 110 países, que encontram aqui cerca de 6.000 marcas e produtos produzidos por mais de 500 empresas portuguesas. Uma plataforma de negócios de muitos milhões de euros, num mercado e segmento cada vez mais exigente. Onde a qualidade e a exclusividade são fatores decisivos e determinantes.
É justo reconhecer que o SISAB faz o contrário do que tem sido feito. Traz a Portugal compradores internacionais, fazendo da atratividade também a esse nível um fator relevante para o nosso país. O seu criador e promotor, muitas vezes menosprezado e até boicotado em vários dos seus projetos, está de parabéns e merece o reconhecimento de Portugal e dos portugueses.
Chama-se Carlos Morais. E é um português dos setes costados. Um dos portugueses que melhor conhecem e protagonizam o que de melhor Portugal tem, dentro e fora de portas.
Nos últimos anos, o SISAB tem sido palco para muitos líderes políticos nacionais e para representantes de vários órgãos de soberania conhecerem o que de melhor se produz em Portugal no setor agroalimentar.
E ao mesmo tempo tem permitido que, a partir do nosso país, muitas empresas e marcas nacionais ganhem quota de mercado em várias geografias, aumentando significativamente o seu volume de negócios, com os correspondentes ganhos em razão da criação de emprego e de pagamento de vários tipos de dividendos ao Estado português. Precisamos de mais SISABS repartidos por todos os meses do ano!
olharaocentro@sol.pt